Confira a correção da prova da primeira fase da Fuvest

Confira a correção da prova da primeira fase da Fuvest

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

No geral, o grau de dificuldade da primeira fase da Fuvest,  aplicada neste domingo (22), foi considerado médio pelos professores de cursinhos ouvidos pelo G1. As questões interdisciplinares, por outro lado, estavam mais complexas que em anos anteriores.

A prova teve 90 questões de múltipla escolha, distribuídas entre português, matemática, história, física, geografia, química, biologia, inglês.

''No conjunto, o nível foi médio. As interdisciplinares foram mais difíceis neste ano porque, efetivamente, mesclaram mais de uma matéria. Em anos anteriores, o que acontecia é que o enunciado era interdisciplinar, mas a pergunta cobrava uma única matéria'', avalia Edmilson Motta, coordenador do Curso Etapa.

A coordenadora geral do Cursinho da Poli, Alessandra Venturini, considerou que a prova teve grau de dificuldade médio e que surpreendeu com o volume de questões sobre atualidades. ''Quem fez um bom ensino médio fez a prova com tranquilidade''.

Para Alessandra, na comparação com as provas do ano passado, geografia e química foram as matérias que exigiram um pouco mais dos candidatos. ''Em geografia, não bastava que o aluno soubesse apenas o que aprendeu em sala de aula. A prova exigia que o aluno estivesse mais por dentro dos acontecimentos do mundo atual'', avaliou.

A prova da Fuvest não trouxe surpresa na opinião do coordenador geral do Anglo, Nicolau Marmo. ''Como de hábito, o conteúdo cobrado foi abrangente. Foram avaliados pontos fundamentais da matéria, que devem fazer parte da formação de qualquer universitário''. Segundo ele, era uma prova para servir de inspiração ao Enem. ''O exame exigia as competências de compreender textos, processar informações e avaliar conteúdo'', diz.

Confira a correção da primeira fase da Fuvest, clicando aqui .

Confira os comentários gerais por matéria:

Biologia

Luiz Carlos Bellinello, professor de biologia do Objetivo, classificou a prova como sendo de nível fácil para médio, ''bem no estilo da Fuvest''. ''As perguntas foram criativas''. As questões foram tradicionais e o conteúdo exigido, balanceado. Entre as questões de botânica, fisiologia, genética, zoologia, seleção natural e vírus não houve nenhum enunciado que confundisse o aluno.

Para Angelo Pavoni, do Etapa, a prova foi tranquila. ''Normalmente, a parte de biologia é bastante acessível e, neste ano, não foi diferente. As perguntas abordavam tópicos abrangentes, sem cair em detalhes''.

Física

''A prova foi muito bem feita e sem nenhuma questão dúbia. Além disso, os cálculos a serem feitos eram muito simples'', avalia Ricardo Helon Doca, professor de física do Objetivo. Todos os grandes temas da física foram abordados, segundo o professor: cinco das perguntas foram sobre mecânica; duas sobre eletricidade; uma de termologia; uma de óptica; e outra sobre ondas. Foi uma prova parecida com as dos anos anteriores e não aconteceu a similaridade que se imaginava com a prova do Enem. ''Foi de média para fácil''.

Para Marcelo Monte Forte da Fonseca, professor do Etapa, a prova exigiu raciocínio do candidato. De acordo com ele, cinco questões não exigiam contas. ''Eram conceituais. As outras cinco, exigiam contas mais elaboradas. Não era só usar uma fórmulinha e estaria resolvido''. A física finalmente apareceu em questões interdisciplinares. ''Mas foi algo muito tímido''.

Geografia

''No ano passado a prova foi muito criticada pela maneira como a Fuvest elaborou as questões, os alunos acharam muito difícil. Neste ano, foi totalmente clara e muito bem elaborada'', afirma Vera Lúcia da Costa Antunes, professora de geografia do Objetivo.

Segundo ela, a prova trouxe recursos visuais que são próprios da geografia e que ajudam o aluno a pensar, entre eles, mapas, gráficos e tabelas. O exame mesclou atualidades e questões tradicionais. Entre as atualidades, caíram questões sobre o Taleban e a situação da África Subsaariana. ''Foi uma prova inteligente e sem nenhum problema nos enunciados''.

Omar Bumirgh, professor e coordenador de geografia do Etapa, também concorda. ''Achei a prova bem mais simples do que em anos anteriores, mais parecida com o Enem. Chegava-se à resposta pela análise de gráficos, com conteúdo básico. Trouxe conteúdos atuais, como a volta de Cuba à OEA e a questão da expansão asiática''. Por outro lado, havia também questões clássicas como a expansão da cana em São Paulo, a inversão térmica, por exemplo''.

História

A parte de história foi bastante abrangente e se prestou à finalidade de avaliar conhecimentos gerais, segundo Rogério Forastieri, do Etapa. ''Havia questões de nível mais básico e outras mais específicas. Na questão 19 da prova V, que trata da campanha de eleição de Nelson Mandela, considero que exista uma imprecisão na redação da alternativa correta''. Pelo gabarito, a letra ''a'', em que diz que a campanha representou a ''luta dos sul-africanos contra o regime do apartheid então vigente'', é a correta. No entanto, segundo Forastieri, nessa época, o apartheid legalmente já não existia. ''Se existisse, um negro não poderia concorrer à presidência''.

Inglês

A prova esteve dentro das expectativas, foi bem feita e extremamente atual, segundo Cristina Armaganijan, professora de inglês do Objetivo. Trabalhou dois textos curtos: um sobre a questão do desemprego em países como os EUA, Japão e Espanha e outro sobre a importância do exercício físico para chegar bem à velhice. ''A prova privilegiou os candidatos bem informados e o vocabulário tinha nível médio. O exame foi claro e objetivo''.

Segundo Alahkin de Barros Filho, do Etapa, a prova seguiu um padrão: além de textos curtos, tinha alternativas em português, o que facilitou para os candidatos ?Foi um exame bastante razoável. Entre as cinco questões, havia uma gramática.?

Matemática

Para o professor Giuseppe Nobilioni, do Objetivo, a prova foi boa e seguiu o mesmo modelo do ano passado, embora houvesse expectativa de mudanças. ''Os enunciados foram curtos e específicos. A prova foi tradicional e bem objetiva'', avaliou. O exame abordou questões tradicionais, entre elas, de progressões, logaritmo, geometria plana e trigonometria.

''Foi uma prova boa, mas não foi fácil, manteve o nível'', concorda Roberto Jamal, do Anglo.

Português

As obras de leitura obrigatória mais presentes na prova foram as recém-incluídas na lista de literatura: ''Capitães de Areia'', ''Antologia poética'', de Vinícius de Moraes, e ''O Cortiço''. ''Também houve menção às obras de Machado de Assis e Eça de Queirós'', avalia Célia Passoni, professora do Etapa. Segundo ela, o conteúdo cobrado foi bastante equilibrado.

Nelson Dutra, professor de português do Objetivo, considerou o exame de nível médio e muito bem elaborado. Do total de questões, 50% foram de gramática aplicada ao texto, 30% de interpretação de texto e 20% sobre literatura, dentro do esperado.

A questão 33 da prova V poderia trazer alguma dificuldade para o candidato, na avaliação de Fernando Marcílio, do Anglo. ''A frase II poderia ser mais explícita''.

Para André Renato Oliveira Silva, do Cursinho da Poli, a formulação da questão apresenta problemas. ''O vestibulando precisaria conhecer o poema inteiro para conseguir responder. O trecho do poema dado na questão era, em si, insuficiente para chegar à resposta exigida pelo corretor''.

Química

Para Antônio Mario Salles, professor do Objetivo, a prova teve nível médio e foi semelhante à do ano passado. Segundo ele, inclusive, o estilo da prova de química tem se mantido nos últimos anos. Além dos dez testes, a matéria também apareceu em duas questões interdisciplinares, uma mesclada com matemática e, na outra, com conhecimentos de biologia. Salles avalia a prova como bem elaborada e distribuída, com 40% das questões sobre química geral, 40% sobre físico-química e 20% sobre química orgânica.

Na opinião de Edison de Barro Camargo, do Etapa, a banca examinadora finalmente acertou na mão. ''No ano passado, havia questões tolas e outras muito difíceis. Neste ano, não houve nenhum exagero. Foram cobrados conteúdos essenciais, de uma maneira adequada''.

Concorrência

No total, estão em disputa 10.812 vagas: 10.622 na Universidade de São Paulo, 100 na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e 90 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco (30 vagas no quadro feminino e 60 vagas no quadro masculino).

Enem

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), usado em anos anteriores, não será mais considerado na Fuvest por uma questão de prazo -o Enem teve de ser adiado após vazamento.

Para não prejudicar os alunos da rede pública, que poderiam obter até 6% de bônus na nota, a USP criou uma fórmula matemática que calcula a bonificação com base no desempenho na primeira fase da Fuvest.

Pelo cálculo, o candidato precisa acertar 22 questões da primeira fase para receber um bônus mínimo de 1,8%. A concessão do benefício aumenta de acordo com o número de respostas corretas. Quem acertar 80% da Fuvest (ou 72 das 90 questões), ganha a pontuação máxima de 6%. Os estudantes da rede pública recebem ainda mais 3% na nota do vestibular.

Confira o calendário da Fuvest 2010

14/12 (segunda)     Divulgação da lista de aprovados na 1ª fase e dos locais de exame da 2ª fase

3/1 (domingo) ? das 13h às 17h  Início da 2ª fase: prova dissertativa de português, com dez questões, e redação dissertativa

4/1 (segunda) ? das 13h às 17h  2ª fase: prova dissertativa (20 questões) de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês. As questões poderão ser interdisciplinares

5/1 (terça) ? das 13h às 17h    2ª fase: prova com 12 questões de duas ou três disciplinas específicas segundo a carreira escolhida

Os vestibulandos podem tirar dúvidas pelo telefone (11) 3093-2300. Mais informações estão no site www.fuvest.br .

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