Carreira militar exigiu que Jamílton Rodrigues da
Silva voltasse à escola (Foto: Arquivo pessoal)
Depois de 20 anos sem estudar, o bombeiro militar Jamílton Rodrigues da Silva, de 40 anos, voltou a cursar o ensino médio pelo programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Serviço Social da Indústria (Sesi) em maio do ano passado. Os três anos do ensino médio foram concluídos em um, em maio deste ano.
Silva abandonou a escola quando estava no terceiro ano do ensino médio por causa do trabalho de serralheiro. Depois veio o casamento, os filhos (hoje com 4 e 12 anos), e o estudo deixou de ser prioridade. Trocou a serralheria pela carreira militar após ser aprovado em concurso público. E teve de voltar à escola por exigência da profissão, já que, para chegar à patente de oficial, é necessário ter nível superior.
Fui com o propósito de pegar diploma, mas aos poucos, fui pegando gosto. O mais difícil é conciliar trabalho, família e filhos. Estudava na hora do almoço quando tinha uma brecha e aos fins de semana, afirma Silva, que tinha total apoio da esposa para dar continuidade aos estudos.
Mesmo fora do circuito escolar por 20 anos, o bombeiro diz que não chegou à sala de aula alienado. Sempre gostei de ler jornais, revistas. Mas é claro que os mais novos aprendem mais rápido porque estão com a matéria fresca na cabeça. No começo, senti um pouco de preconceito, mas ganhei o respeito da classe quando começaram as provas. Só tirava notas altas.
Para ele, a troca de conhecimento com os mais novos e com os professores foi fundamental. Cheguei à escola com fome de aprendizado. Ficava triste em olhar os adolescentes e pensar que fui um deles. Muitos não prestam atenção nas aulas e não sugam o máximo do professor.
A dica de Silva às pessoas que não concluíram o ensino médio e querem voltar a estudar é para que não desistam de seus ideais. Obstáculos vão ter, todos os dias. Mas temos de ser positivos e lutar pelo que queremos. No meu caso deu certo.
O bombeiro diz que, na corporação onde trabalha, em Brasília, muitos colegas têm vergonha de falar que não estudaram. E que quando ele voltou à escola, muitos achavam que já estava na faculdade. Não tinha problemas em desmentir e dizer que estava no EJA. Concluído o ensino médio, o bombeiro não pretende parar: quer fazer um curso de nível técnico na área de informática.
Para se matricular no EJA, é necessário ter 18 anos completos, no caso do ensino médio, e 15 anos completos, para quem quer cursar o ensino fundamental, no primeiro ou segundo ciclo. As instituições de ensino têm flexibilidade para oferecer diversas modalidades de cursos, seja presenciais ou com parte feito à distância. Por isso, a duração de cada ciclo também pode variar.
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