O destino é San Diego, nos Estados Unidos. O curso de inglês dura um mês e o estudante recebe um certificado ao final dele. Pronto: as semelhanças do intercâmbio de superluxo criado por uma agência de São Paulo com qualquer outro programa param por aí.
Afinal de contas, o estudante vai de primeira classe até os Estados Unidos, com o único inconveniente de ter que pegar um helicóptero entre Los Angeles e San Diego, já que não há voos diretos entre o Brasil e o destino final. Ao chegar, uma limusine estará no aeroporto esperando para levá-lo a um resort cinco estrelas.
Para evitar que o aluno fique muito cansado (afinal de contas, são 18 horas de curso de inglês por semana), estão previstos ainda momentos de relaxamento e diversão: cinco tours de compras (a agência recomenda que o estudante leve pelo menos mil dólares para a viagem), um jogo de beisebol e visitas à Disney e a estúdios de cinema.
Mas, se você está achando que é mordomia demais para uma viagem de intercâmbio, calma: em um dos dias, os estudantes passarão pelo “Laundry Day”, em que aprenderão a lavar a própria roupa do jeito “americano”.
Esse intercâmbio de superluxo tem seu preço: R$ 168 mil, parceláveis em até 24 prestações (com juros). “Mas 99% dos pais pagam a vista”, afirma Marcos Talarico, diretor da SD Student Travel, a agência que inventou esse intercâmbio à la Daslu. Para se ter uma ideia, um pacote “normal” (voando de classe econômica), segundo ele, sai por volta de R$ 15 mil.
Festa de 15 anos ou intercâmbio?
“O público que a gente atrai para esse tipo de viagem é o adolescente, principalmente as [meninas] que estão fazendo festa de 15 anos, que pode sair até dez vezes mais cara”, afirma Talarico. “Essa molecada de hoje quer festa com Luan Santana, Michel Teló, Chiclete com Banana.”
O diretor afirma que o foco do intercâmbio não é o consumo. “Eles visitam universidades, porta-aviões, os principais museus”, conta. Talarico diz que o programa dá uma espécie de “opção” a famílias endinheiradas. “Quem tem uma boa condição financeira, vai sempre querer se diferenciar.”
O intercâmbio foi a escolha de Nathalia (cujo sobrenome a mãe pediu para não ser divulgado por “questões de segurança”), 16. “Vai ser meu presente de 15 anos. Eu ate queria festa. Depois que vi a proposta do intercambio, achei melhor [viajar], por causa da segurança.”
Ela afirma que, no começo, os pais não aceitaram a empreitada. “A princípio, eles não queriam deixar porque eu ia sozinha. Depois eles até concordaram, é um estudo, vai ter certificado”, conta. Nathalia já fala inglês e diz que vai se “aperfeiçoar” no idioma.
Bebeu, voltou
Segundo Talarico, já houve o caso de um “empresário bem famoso” que questionou se o filho poderia ir acompanhado por um segurança. Ele afirma, no entanto, que os adolescentes serão acompanhados o tempo inteiro por guias e que há regras estritas a serem seguidas.
“Não pode consumir bebida alcóolica, drogas, nem menino em quarto de menina. Se for pego, volta”, diz.
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