Seis estudantes brasileiros experts em matemática embarcam nas primeiras horas deste sábado (7) para Mar Del Plata, na Argentina, para representar o país na 53ª Olimpíada Internacional de Matemática. O evento reúne os melhores estudantes de matemática de 100 países. O Brasil será representado por Lucas Sá, de 18 anos, do Ceará; Franco Matheus de Alencar Severo, 16, do Rio de Janeiro; Henrique Fiuza, 16, de Brasília; Maria Clara Mendes Silva Rafael, 18, de Minas Gerais; e Rafael Miyazaki, 17, e Rodrigo Sanches, 16, ambos de São Paulo.
Os competidores terão de fazer duas provas, na terça-feira (10) e quarta-feira (11), com três problemas cada, em até quatro horas e meia. A realização dos exames é individual. O resultado deve ser anunciado no dia 16 de julho.
Para compor a equipe, os estudantes passam por um rigoroso processo de seleção. Só tem a chance de ir para o mundial o aluno que foi premiado na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Ainda, depois disso, é necessário fazer mais quatro provas e resolver uma lista de problemas em casa.
O professor Luciano Monteiro de Castro, líder do grupo, diz que o Brasil leva neste ano sua melhor equipe. "Foi o processo seletivo mais disputado que já vi. Tínhamos pelo menos 12 alunos com um nível muito elevado." No ano passado, a olimpíada internacional foi realizada na Holanda. A equipe brasileira voltou para casa com três medalhas de bronze e três de prata. No ano anterior, em 2010, no Cazaquistão, o Brasil ficou com duas medalhas de prata, uma de bronze e três menções honrosas.
Despedida
Lucas Sá, de 18 anos, vai representar o Brasil pelo terceiro ano, ele diz que pela primeira vez tem certeza que a equipe voltará com bons resultados. "Todo mundo está unido, com vontade de vencer, acredito muito na equipe deste ano." A delegação passou por um treinamento intensivo com aulas e simulados no Colégio Etapa, em São Paulo, três semanas antes do embarque à Argentina.
Lucas já ganhou quatro medalhas de ouro na OBM, e no passado, na Olimpíada Internacional, na Holanda, garantiu prata. O estudante se despede do mundo das olimpíadas neste torneio porque passará a frequentar as aulas na universidade, o que não é permitido pelo regulamento desse tipo de disputa. Lucas deixará Fortaleza (CE), onde mora com a família, e se muda para os Estados Unidos passar estudar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das instituições de ensino superior mais respeitadas do mundo.
Estreia
Franco Matheus de Alencar Severo, de 16 anos, vai estrear em uma competição internacional e sair pela primeira vez do Brasil. Em 2008, ele foi medalha prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Dois anos depois ganhou uma bolsa de estudos do Sistema Elite, no Rio de Janeiro, e passou a se dedicar às olimpíadas e aumentar a coleção de premiações. Ganhou duas pratas consecutivas na OBM.
Filho de um aposentado e de uma diarista, Franco diz que sair da rede pública para privada mudou completamente sua perspectiva de futuro. "Sempre gostei de matemática, mas passei a estudar mais quando comecei nas olimpíadas. Não sabia que existia um nível tão alto." No segundo ano do ensino médio, já faz planos para o ensino superior e planeja estuda cursar algo na área de exatas.
Sobre o mundial na Argentina, o garoto afirma que geralmente fica nervoso, mas vai tentar se controlar. "Estou animado porque nunca saí do país. A competição é sempre difícil, mas estou tentando esquecer desta parte e participar por diversão."
'Vamos fazer um estrago'
Ansioso, Rafael Miyazaki, de 17 anos, diz que estuda há sete anos para participar de um mundial de matemática. Para ele, a equipe brasileira está muito forte. "Vamos fazer um estrago." Ouro na última OBM, Rafael afirma que desde bem pequeno gosta de matemática porque a mãe o ensinava.
Assim como Rafael, o estudante Rodrigo Sanches, de 16 anos, mora em São Paulo. Rodrigo também ganhou ouro na OBM de 2011 e promete reforçar a equipe com qualidade. "Gosto de matemática e gosto de competir pela emoção da prova." A paixão vem de casa, o pai de Rodrigo que hoje trabalha como consultor é formado em estatística.
'A equipe está forte'
Estudante do Colégio Militar, em Brasília, Henrique Fiuza, de 16 anos, já tem experiência no universo das olimpíadas, pois participa desde o 6º ano do ensino fundamental, hoje, está no 3º do ensino médio. O estudante estava na delegação brasileira, na competição internacional do ano passado que ocorreu na Holanda. "Gosto das matérias, e a prova é desafiadora. Estou um pouco tenso, mas melhor não me preocupar. A equipe está forte e vamos representar bem o país."
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