Olimpíadas educacionais crescem no país

Olimpíadas educacionais crescem no país

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Os jogos de Pequim já foram encerrados, mas nas escolas do Brasil o clima olímpico permanece. Na última semana, 18 milhões de alunos participaram da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). O projeto é apenas um entre as várias competições educacionais que se espalham pelo país. Praticamente, há uma olimpíada escolar para cada área do conhecimento. Entre as mais concorridas estão as Olimpíadas Brasileiras de Física, Astronomia, Química, Biologia, Informática, Geografia e Língua Portuguesa.

Assim como os atletas do esporte, os alunos passam por várias etapas de seleção até a premiação com medalha de ouro, prata e bronze para os melhores colocados. Em algumas edições, a premiação inclui bolsas de estudo, computadores e viagens. O objetivo, segundo as entidades que organizam as competições, é estimular o estudo, melhorar o aprendizado e descobrir talentos.

''O ser humano gosta de competir. A gente não pode limitar a escola a isso, mas os jogos também são espaços de aprendizado, de respeito ao outro. A escola é o espaço para mostrar que todos prosseguem, alguns em matemática, outros em português, outros no esporte'', avalia a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar.

Para Pilar, a competição é saudável, mas não deve ser o foco principal desses concursos. ''No caso da educação, ela não pode ser uma disputa pura, precisa envolver o maior número possível de alunos e a formação de professores para causar uma reflexão sobre as prática em sala de aula'', defende.

A secretária cita a Olimpíada da Língua Portuguesa, que envolve a formação por dois anos dos professores participantes e oficinas de literatura para os alunos, como um modelo da disputa que provoca essa mudança no aprendizado. A competição é organizada pelo MEC e a Fundação Itaú Cultural e cerca de 6 milhões de alunos participam da edição de 2008. O tema dos textos, dividos nas categorias poesia, memória e prosa, é O Lugar onde Vivo.  

''Em alguns modelos você identifica o melhor aluno de matemática da turma, mas e os outros 40 que não sabem? É importante a escola descobrir quem tem um talento especial e incentivá-lo para que ele não fique desmotivado. Mas outros colegas também têm direito a aprender'', aafirma.

A melhoria da aprendizagem é um dos resultados que essas competições podem trazer. Segundo Pilar, o último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que funciona como um termômetro da qualidade da educação, já mostrou esses efeitos. ''A gente já sentiu uma melhora forte na matemática nos anos inciais do ensino fundamental. Uma das explicações para isso é a enorme adesão que existe hoje à Obmep que pode provocar  melhor prática em sala de aula'', acrescenta.

Muitas competições, como a Olimpíada Brasileira de Física (OBF), funcionam também como etapas seletivas para concursos internacionais. Em outubro, quatro estudantes brasileiros vencedores da edição de 2007 da OBF participam no México da Olimpíada Ibero-americana de Física. ''Esse ano ganhamos uma medalha de prata, bronze e duas menções honrosas na Olimpíada Internacional de Física, em julho'', comemora o coordenador do projeto, Euclydes Júnior. Em 2008, cerca de 750 mil estão participando da competição.

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