Entre os anos de 39 e 45 do século passado, a Segunda Guerra Mundial levou à morte 55 milhões de pessoas. Após anos de conflito, Estados Unidos e União Soviética dividiram o planeta em dois blocos: o capitalista e o socialista. Na busca desses países pela hegemonia, surge a chamada Guerra Fria, cujo maior símbolo é o muro de concreto construído em Berlim, capital da Alemanha.
No Projeto Educação desta quarta-feira (26), o professor Manoel Affonso voltou no tempo e relembrou história do Muro de Berlim. Ele é a expressão material do que estava acontecendo no momento. Um mundo bipolarizado, dividido entre soviéticos e americanos. Ele não permite que o cidadão berlinense socialista migre em busca dos seus sonhos de consumo, que a grande mídia capitalista fazia na época, explica.
A Guerra Fria teve início logo após a Segunda Guerra, o maior confronto bélico da história. É chamada de fria porque não houve um confronto direto, uma guerra bélica entre as superpotências da época. A principal característica era uma luta ideológica, política e econômica, que ocorria em conflitos locais, guerras civis ou guerras interestatais.
A Segunda Guerra foi incinerada pelas duas únicas explosões atômicas de fato, lançadas pelos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Isso gerou a era atômica e transformou em cinzas as pessoas, as ideias e a esperança. O Muro de Berlim foi o ponto final da guerra", diz Manoel. O muro dividia a Alemanha Oriental, formada pela Zona Soviética, e a Alemanha Ocidental, constituída pelas zonas estadunidense, britânica e francesa.
Depois de 28 anos, as ideias e o concreto que sustentavam o Muro de Berlim ruíram. Em novembro de 1989, a queda de uma obra feita de medo e estupidez foi celebrada com alívio e alegria. A pressão popular e as tentativas de reforma do então presidente da URSS, Mikhail Gorbachov, conduziram ao final da Guerra Fria e, posteriormente, à dissolução da União Soviética.
Gorbachov é considerado pelos historiadores um dos mais importantes líderes da história recente. Quando ele chega com propostas contrárias às antigas propostas do Stalinismo. Ele cria a glasnost [do russo, transparência] e a perestroika [reestruturação]. Ele faz concessões em vez de colocar tanques de guerra nas ruas e tira o sustento do muro. Então, o muro perde sua razão principal, pontua.
Para Manoel Affonso, esse episódio da história é um dos mais importantes dos últimos 100 anos. Uma nação se faz forte pelos muros que derruba, pelas vidas que poupa. Não dominamos o que cercamos de muralhas, mas o que permanece conosco ao caírem todas as cercas, filosofa o professor.
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