Gustavo Haddad Braga, 15 anos, foi o melhor classificado entre os cinco estudantes brasileiros na 41ª Olimpíada Internacional de Física (International Physics Olympiad - IPhO), realizada entre 17 e 25 de julho em Zagreb, na Croácia. Com 27,5 pontos em 50, ficou com a 150ª posição e medalha de bronze.
Também é o primeiro brasileiro do segundo ano do ensino médio a competir na IPhO, competição da qual o Brasil participa desde 2000. E não é a primeira vez que o garoto, que mora em São José dos Campos (SP) e estuda em um colégio particular da rede Objetivo, representa o Brasil em competições do tipo no exterior: participou duas vezes da Olimpíada Internacional Júnior de Ciências (International Junior Science Olympiad - IJSO), uma em 2008 na Coreia do Sul, na qual recebeu medalha de ouro, e outra em 2009 no Azerbaijão, onde recebeu medalha de prata. Gosto muito de estudar, não acho chato. Gosto muito principalmente dessa parte de ciências, porque fico sabendo como o mundo funciona, conta Gustavo, que diz estudar para esse tipo de competição por cerca de quatro horas por dia. Para o conteúdo comum do ensino médio dispensa apenas meia hora diária, diz, porque o conteúdo estudado para as olimpíadas já ajuda. Mesmo em matérias que aparentemente não têm nada a ver, como história, geografia, (o estudo para as olimpíadas) ajuda, porque todas têm uma lógica e você vai se acostumando a pensar assim.
A técnica de estudo de Gustavo é ler os conteúdos geralmente de livros importados, em inglês, comprados pela internet e específicos para as olimpíadas e repetir para si mesmo, como se estivesse dando uma aula. Usa essa mesma técnica para preparar aulas de fato: as que dá para alunos do primeiro ano que vão participar da Olimpíada Brasileira de Física.
Ano passado Gustavo também passou na prova de treineiro da Fuvest. Não é difícil quando você está acostumado com as olimpíadas, em que a maioria das questões é de nível universitário. Por influência de uma professora, o garoto passou a assistir algumas aulas de física junto com estudantes do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Tem que estudar, mas não é nada de outro mundo, dá para acompanhar.
Gustavo diz que já fez tanta prova que não fica mais nervoso: A prova é sempre inovadora, você já tem que ir com a ideia que não vai saber resolver logo de cara. Se ficar com medo, só atrapalha.
Gostar de estudar
Gustavo descobriu o mundo das olimpíadas na sexta série, quando conseguiu o primeiro lugar em uma competição regional. A partir daí, começou a procurar outras competições e dois anos depois já viajava para fora do Brasil. Ele conta que um dos incentivos para continuar competindo é justamente a possibilidade de viajar e conhecer pessoas com os mesmos interesses que você. E trata-se de um mundo restrito: na Croácia, neste ano, chegou a reencontrar pelo menos cinco pessoas que havia conhecido em 2008, na Coreia.
Com amigos estrangeiros, o garoto conversa sobre diferenças com relação ao Brasil: A grande diferença é que o incentivo é maior em outros países, como quase todos da Europa, a China, a Coreia do Sul, a Tailândia. Os lugares que a gente conheceu eram muito grandiosos, você vê que os países investem. Mas esse ano foi muito bom para o Brasil, ficamos na frente de Portugal e Espanha, que são tradicionais.
Gustavo pensa em fazer faculdade no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, possivelmente na área de engenharia.
Para estudantes que desejam seguir o seu caminho, Gustavo dá o seguinte conselho: Em primeiro lugar, você tem que escolher a matéria que realmente gosta (no meu caso foi física). Quando começar a estudar, se você gostar, vai se motivando cada vez mais.
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