O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) definiu na tarde desta quinta-feira a porcentagem de vagas que será destinada às cotas sociais, ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) que seleciona alunos de acordo com o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ao vestibular tradicional. Serão reservadas 20% das vagas da universidade para estudantes oriundos das Faetecs e de escolas públicas das redes municipais e estadual do Estado do Rio de Janeiro.
Quarenta por cento das vagas da UFRJ serão preenchidas pelo SiSU e as outras 40% restantes serão preenchidas por candidatos selecionados pelo vestibular tradicional da universidade. Todos os estudantes que quiserem prestar o vestibular da UFRJ devem obrigatoriamente prestar o Enem deste ano.
Este será o primeiro ano em que a UFRJ utilizará cotas sociais no vestibular. Não há critérios de raça ou renda familiar para ingressar na universidade pelas cotas, apenas a exigência de ter estudado em uma Faetec ou na rede pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro. A medida exclui das cotas os alunos de colégios federais, universitários, militares e de aplicação. Segundo a universidade, essas escolas "tradicionalmente apresentam ótimo desempenho", como o Colégio de Aplicação (tanto da UFRJ como da Uerj), o Colégio Militar e o Colégio Pedro II, e por isso não precisam do benefício das cotas.
A sub-reitora de graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Lená Medeiros de Menenzes, considera importantíssimo a UFRJ contemplar cotas sociais e destaca a necessidade das instituições que recebem cotistas promoverem mecanismo de apoio e permanência destes alunos. O problema não é só entrar, mas também permanecer na universidade, afirma Lená.
A Uerj adota cotas sociais (com corte por renda), raciais e para estudantes de escolas públicas desde 2002, após determinação de uma lei estadual. No nosso caso, a discussão aconteceu fora da universidade, mas a mudança provocou uma série de questionamentos importantes. Nós sabemos que o Brasil é extremamente injusto e sofre de desigualdade de acesso. Algo tem que ser feito para que os alunos oriundos das classes pobres e da rede pública possam frequentar universidades de qualidades, destaca.
Discussão
O percentual de vagas destinadas às cotas foi objeto de intenso debate no Conselho Universitário. Diversas propostas foram feitas, além da original preparada pela Reitoria. O professor Marcelo Paixão (representante dos professores adjuntos do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas) defendeu que o montante de cotas chegasse a 50% do total de vagas da universidade, e Agnaldo Fernandes, representante dos servidores técnico-administrativos, propôs 30%.
Segundo a UFRJ, os dois Paixão e Fernandes abriram mão das propostas na hora da votação, em favor do professor Gabriel Pereira da Silva (representante dos Professores Adjuntos do Centro de Ciências da Matemática e da Natureza) que propôs 35%. Mas, por 20 votos contra 18, foi aprovada a proposta da Reitoria, destinando aos cotistas um quinto do total das vagas. Os alunos que ingressarem pelas cotas terão uma assistência estudantil, que possibilite sua permanência na universidade.
A adesão ao sistema de cotas foi definida na última reunião do Conselho , realizada na quinta-feira 12 de agosto. Todas as decisões já valem para o vestibular 2011 da universidade.
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