Vinte e oito milhões de crianças estão fora da escola por causa de conflitos armados em todo o mundo. A conclusão é do relatório Education For All Global Monitoring Report 2011, divulgado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) nesta terça-feira (1º), nos Estados Unidos.
O total representa 42% de todas as crianças em idade escolar fora do ensino primário no planeta. De acordo com a Unesco, 35 países foram afetados por conflitos armados entre 1999 e 2008.
Na maioria das áreas com problemas de violência, mais de 60% da população têm menos de 25 anos. No entanto, diz a Unesco, os sistemas de educação não conseguem formar os jovens o que dificulta a saída deles de situações que podem gerar conflito, como desemprego e questões econômicas.
Além disso, segundo o órgão, crianças, escolas e professores estão virando alvos deliberados nos conflitos. No Afeganistão, por exemplo, pelo menos 613 ataques a instituições de ensino foram registrados em 2009, contra 347 no ano anterior.
Investimentos militares
A Unesco aponta também que, se os países ricos deixassem de gastar seis dias do orçamento militar economizando cerca de US$ 16 bilhões, o déficit educacional no mundo seria eliminado. E, se houvesse um corte de 10% nos gastos militares de 21 países em desenvolvimento, poderiam ser incluídas mais 9,5 milhões de crianças na educação primária.
O Paquistão, por exemplo, gasta sete vezes mais com equipamentos militares do que com escolas. Se houvesse o corte sugerido pela Unesco, 3,6 milhões de estudantes poderiam ir às salas de aula. Caso Bangladesh fizesse o mesmo, poderia incluir 1 milhão; o Iêmen, 840 mil.
Por Rafael Targino
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