Unicamp completa 45 anos e busca internacionalização

Unicamp completa 45 anos e busca internacionalização

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:22

Com 36 mil alunos matriculados, seis campi no interior de São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) completou 45 anos no início do mês de outubro e se consolidou com uma das principais universidades do país. Um dos desafios atuais é buscar a internacionalização trazendo professores que tiveram experiência fora do país para o corpo docente e promovendo intercâmbio entre alunos da Unicamp e de universidades estrangeiras.

Vista aérea do campus de Campinas da Unicamp (Foto: Antoninho Perri/ Ascom/ Unicamp) Atualmente cerca de 1.500 alunos da Unicamp estudam temporariamente fora do país, principalmente em instituições da França, Estados Unidos e de diversos países da América Latina. Os alunos são contemplados com bolsas de estudos e permanecem no intercâmbio entre seis meses a um ano.  De fora do país para a Unicamp costumam vir com mais frequência estudantes da Colômbia e do Peru. Cerca de mil estrangeiros estudam hoje na Unicamp.

"A internacionalização não é sair bem na foto internacional, é proporcionar maior qualidade na formação do aluno. Trazer culturas e línguas diferentes é uma forma de fazer uma universidade melhor", afirma Leandro Russovski Tessler, da Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori) da Unicamp. Para internacionalizar o corpo docente, a Unicamp criou o programa Professor Visitante do Exterior e já conta com cinco professores em atividades. O projeto começou no final de 2009 com anúncios em veículos de comunicação estrangeiros pedindo currículos. Hoje o banco de dados possui cerca de 200. Alguns docentes, então, são convidados para uma visita e caso sejam aprovados são contratados temporariamente por até dois anos. Depois deste período, a universidade tem como obrigação oferecer um concurso público na área deste docente para que ele tenha oportunidade de concorrer a vaga e garantir o emprego. 

Depois de passar 16 anos fora do país, o engenheiro Paulo Martins, está de volta ao Brasil e há um mês está na Unicamp por meio deste programa. Martins atuou em duas universidades americanas, trabalhou para o governo e em indústrias nos Estados Unidos e na Inglaterra.

"Estou na Unicamp há um mês e desde já decidi que quero ficar. Assim que abrir um concurso quero consolidar minha posição. Acho que posso contribuir muito para a Unicamp com a minha experiência internacional. Internacionalização de uma universidade é um requisito fundamental", afirma.

Instituto de química da universidade

(Foto: Antoninho Perri/ Ascom/ Unicamp) Martins diz que além de professor atua como mentor dos alunos.  "Eles me procuram não só a para falar das disciplinas que ensino, mas para ter orientação sobre decisões profissionais. Acho que minha convivência com alunos de várias culturas e grupos étnicos em outros países enriqueceu a minha visão, experiência e maturidade profissional", diz.

Ciência e arte

A estimativa da Unicamp é ter pelo menos 20 professores visitantes até o fim de 2012. No tempo em que permanecem na universidade, além de dar aulas, os professores participam de projetos de pesquisa.

"Neste processo a Unicamp ganha ciência e arte. A ciência é ainda mais global com a velocidade das informações. E como você está competindo com os colegas que trabalham em qualquer parte do mundo é importante conviver em ambientes de pesquisa diferentes do que você conhece. Até para ter a possibilidade de incorporar novas ferramentas e práticas", afirma. Engenheiro e proprietário de uma empresa que desenvolve softwares para grandes empresas do mundo todo, César Gon, de 40 anos, diz que o movimento que a Unicamp faz com a internacionalização amplia fronteiras. "Cria uma outra dimensão para o conhecimento, pois mostra que o aluno não está restrito a suas barreiras geográficas. É inovador e complementa visão de contribuição para a sociedade."

Gon concluiu a graduação e o mestrado na área de engenharia da computação na Unicamp e hoje sua emprea tem unidades no Japão, Estados Unidos e na Europa, além do Brasil. Boa parte de seus 1.500 funcionários são ex-alunos da universidade. "Damos prioridades para as pessoas que vêm de boas faculdades, e a Unicamp é uma delas."

Currículo

Além de acelerar e consolidar o processo de internacionalização, Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação da universidade, diz que outro desafio da instituição é ter fôlego para discutir os currículos dos cursos oferecidos pela Unicamp, analisar os modelos no exterior e modernizá-los.

“A Unicamp conquistou muita coisa em pouco tempo, temos um futuro promissor. Mas pela própria juventude acho que ainda não é heterogênea. O desafio é consolidar o que foi construído e homogeneizar a produtividade. Os nossos próximos 45 anos serão ainda melhores", afirma Knobel.

Fundada por Zeferino Vaz, Unicamp completou 45 anos no início de outubro (Foto: Antoninho Perri/ Ascom/ Unicamp)          

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