Testar conhecimentos com provas anteriores
daquele órgão deixa candidato mais seguro,
diz colunista do G1 (Foto: Arquivo/TV Globo)
Resolver provas de concursos anteriores permite que o candidato conheça a forma de cobrança da teoria estudada até então. Com isso, ele percebe onde precisa focar mais e fica atento a detalhes que poderiam passar despercebidos.
Se compararmos dois candidatos com o mesmo número de horas de estudo, sendo que um dedicou-se somente à teoria e o outro utilizou parte do tempo para a resolução de provas anteriores da banca examinadora, o segundo provavelmente chegará à prova com muito mais segurança e condições de obter melhores resultados.
Muitos candidatos, porém, têm dúvidas sobre quando e como incluir essa etapa na sua preparação. Todo estudo começa com matérias básicas em conjunto, fazendo uma distribuição das mesmas nos períodos de estudo da semana ou quinzena. Como a extensão do conteúdo e a dinâmica de cada disciplina são independentes, o candidato acaba chegando ao fim do estudo teórico de cada uma em momentos diferentes.
Então, assim que concluir a teoria de uma disciplina, ele poderá iniciar a resolução de provas de concursos anteriores daquela matéria. Isso porque, antes de ter visto toda a teoria, tal tarefa se resumiria a um exercício de adivinhação ou chute, sem resultados práticos.
Antes de o edital ser publicado
Enquanto não houver edital publicado para o concurso desejado, o candidato deve resolver provas anteriores de cada matéria básica, utilizando concursos realizados por bancas variadas. Assim, estará ampliando a sua preparação, independentemente da banca que vier a elaborar a prova do seu concurso.
Devem ser escolhidas provas que exijam o mesmo nível de escolaridade para o qual a pessoa está se preparando. E sempre com gabarito, porque de nada adianta resolver questões sem saber qual resposta foi considerada correta. É importante também verificar se o gabarito divulgado é o definitivo, aquele que é publicado após os recursos -que podem provocar anulação de questões ou modificações nas respostas-, para não tomar como base uma informação que pode ter sido posteriormente alterada.
Outro cuidado é não utilizar provas muito antigas, porque a matéria pode ter sofrido alterações e o gabarito da época não ser mais correto. Além disso, o estilo de cobrança nos concursos muda com o passar do tempo, e o candidato precisa estar habituado ao que e como vem sendo cobrado no momento. O ideal é utilizar provas atuais ou de poucos anos atrás.
Com edital à mão
Quando sair o edital, o candidato deve buscar provas da mesma banca, se houver. Pode ser para o mesmo cargo, para cargos diferentes da mesma instituição ou para outros concursos de mesmo nível. Conhecer o estilo de cobrança da banca do seu concurso é uma vantagem significativa para o candidato na hora da prova pra valer.
Se não houver material disponível da mesma banca, a solução é utilizar provas anteriores de bancas que tenham estilo de cobrança semelhante. Por outro lado, se o edital for publicado e não houver tempo suficiente para o estudo da teoria toda de alguma disciplina, é válido inverter e estudar a partir de questões de provas anteriores, partindo dali para a teoria.
Não é raro encontrar na prova do seu concurso alguma questão similar à de concurso anterior. Se o candidato tiver resolvido muitas provas anteriores, aumenta as chances de não ser surpreendido na hora da sua prova. Isso é importante também porque há alguns temas polêmicos em concursos, em relação aos quais as bancas examinadoras podem adotar opiniões diferentes. Nesses casos, em especial, é muito importante conhecer a posição da banca do seu concurso em relação ao assunto.
Onde encontrar
As bancas examinadoras costumam deixar disponíveis em seus sites as provas de concursos já realizados. Outra possibilidade é buscar em sites especializados em concursos públicos muitos também disponibilizam provas gratuitamente, alguns até de forma organizada por filtros (região, grau de escolaridade, etc). Há, ainda, sites que cobram pelo serviço e oferecem provas atualizadas, conforme o interesse do candidato, durante um período de tempo.
As editoras especializadas em concurso também têm livros de questões de concursos anteriores, muitas vezes com gabaritos comentados, por disciplina/banca examinadora, como Esaf, Cespe/UnB, Cesgranrio e Fundação Carlos Chagas (FCC). É comum encontrá-los abordando as matérias mais frequentemente cobradas em concursos: português, direito constitucional, direito administrativo, informática, e outras.
Neste caso, cuidado com apostilas vendidas em bancas de jornal, porque podem conter erros. Procure por editoras consolidadas, reconhecidas no meio dos concursos públicos e com diversos livros publicados, pois elas têm compromisso com a qualidade e a atualização permanente de seu material.
* Lia Salgado, colunista do G1 , é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro Como vencer a maratona dos concursos públicos
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