A queda de Caio Júnior: sete motivos que levaram à demissão

A queda de Caio Júnior: sete motivos que levaram à demissão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:21

Caio Júnior chega de Minas após ser demitido

(Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com) Demitido na manhã desta quinta-feira, Caio Júnior deixa o Botafogo faltando apenas três rodadas para o fim do Brasileiro. Depois de um início complicado, o treinador encontrou um sistema de jogo capaz de fazer do time um dos melhores da competição, com um futebol veloz e envolvente. Contudo, no momento decisivo, o Glorioso caiu assustadoramente de produção, deu adeus ao título e corre risco até de perder uma das vagas na Libertadores 2012.

Mas não apenas as quatro derrotas nos cinco últimos jogos fizeram o treinador ser dispensado. Nos últimos tempos, algumas questões foram minando a permanência do técnico em General Severiano. Confira na lista abaixo os principais motivos que levaram à queda de Caio Júnior.

1- Trocas que não dão certo

A constante troca de jogadores nas últimas partidas fez o técnico se desgastar com o grupo e começar a perder a confiança de seus atletas. A entrevista de Herrera após a derrota para o Figueirense ilustra bem isso. Na intenção de defender o treinador, o atacante disse que ele mesmo havia pedido para não jogar mais na posição que vinha atuando, mas que, por conta da derrota, voltaria ao time no sacrifício contra o Vasco. Contra o Figueira, Herrera ficou no banco, Léo entrou como volante ao lado de Marcelo Mattos, e Renato jogou mais adiantado pelo lado direito. Contra o Vasco, Caio voltou a escalar a equipe que vinha jogando na maioria das vezes, com Herrera e Loco Abreu no ataque, dois meias (Elkeson e Maicosuel) e dois volantes (Marcelo Mattos e Renato). Já na derrota para o América-MG, o treinador resolveu alterar o esquema tático da equipe, passando do 4-4-2 para o 3-5-2. Gustavo foi escalado na zaga, e Herrera ficou fora mais uma vez.

  2- Pressão da torcida

Desde que assumiu o comando da equipe, Caio nunca foi uma unanimidade entre os torcedores. No início do campeonato, teve que conviver com vaias e pedidos por Cuca, então desempregado. Com a evolução do time, chegou a ter seu nome gritado, mas a lua de mel durou pouco. Com uma série de maus resultados na reta final, o técnico voltou a ter sua cabeça pedida nas arquibancadas.

3- Má fase dos expoentes

Na boa fase, Caio Júnior comemorava o fato de Cortês, Elkeson e Jefferson serem chamados para a Seleção. Os dois primeiros, entretanto, tiveram uma queda de rendimento grande no segundo turno. O meia deixou de ser decisivo e o lateral foi caindo muito de forma, a ponto de ter sido por seu setor que Vasco e América-MG construíram suas vitórias. Para piorar, até o sempre seguro goleiro falhou. Na derrota para o Figueirense, Jefferson deixou passar o chute de Julio César que garantiu a vitória da equipe catarinense.

4- Passado que atrapalha

Desde que chegou ao Botafogo, Caio era lembrado principalmente pela passagem pelo Flamengo, quando perdeu a vaga na Libertadores nas últimas rodadas, a exemplo do que havia acontecido no Palmeiras. O fantasma de novo insucesso fez com que a pressão da torcida aumentasse ainda mais.

5- Falta de poder de reação

Nos últimos jogos, o Botafogo até podia começar melhor, mas bastava o adversário fazer um gol para a equipe parar em campo e não esboçar nenhuma reação. A derrota para o Figueirense foi um marco disso. O time catarinense fez 1 a 0 aos 6 minutos do primeiro tempo, e o Glorioso foi incapaz de conseguir pelo menos o empate jogando em casa. Contra o Vasco, o time alvinegro começou melhor, teve chances de abrir o marcador, mas após o primeiro gol cruzmaltino, a equipe parou e foi dominada. No último jogo, contra o América-MG, o time até conseguiu diminuir, mas não teve capacidade de igualar o marcador, mesmo com um jogador a mais por mais de meia hora.

6 – Declarações infelizes

Caio Júnior deu algumas declarações que não agradaram ao elenco. Em uma das ocasiões, chegou a dizer que não fazia gols, dando a responsabilidade aos jogadores. As críticas às falhas individuais também eram mal recebidas. Ao culpar os 16 anos sem títulos nacionais pela impaciência da torcida, o treinador se desgastou ainda mais com a torcida alvinegra.

7 – Esquema esgotado

Caio Júnior encontrou no início do ano um esquema de jogo que agradou ao elenco. O 4-2-3-1 era visto como uma boa forma de explorar as jogadas de linha de fundo para a conclusão de Loco Abreu e também para dar liberdade a Elkeson e Maicosuel. No começo do campeonato, a tática deu certo, mas os adversários começaram a marcar as jogadas. Com a falta de inspiração geral, o esquema acabou ficando previsível.          

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