Memórias do tri: respeito e admiração entre Guga e os hermanos no circuito

Memórias do tri: respeito e admiração entre Guga e os hermanos no circuito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:41

Terça-feira, 29 de maio de 2001. Um dia antes, Gustavo Kuerten havia derrotado Guillermo Coria na primeira rodada em Roland Garros. Um dia depois, o brasileiro, então número 1 do mundo, duelaria com Agustín Callerri, outro argentino. Naquele mesmo ano, Guga havia levantado o troféu do ATP de Buenos Aires, onde foi aplaudido de pé pelo público local.

Há dez anos, quando buscava o tricampeonato nas quadras de saibro de Paris, o catarinense era admirado pelos hermanos fora de quadra. Dentro dela, era respeiado. Temido até. Ao lembrar daquela época em conversa com o GLOBOESPORTE.COM em Florianópolis, Guga conta que sua realação com o tênis do país vizinho começou bem cedo, na época de juvenil, e que os argentinos foram muito importantes em sua trajetória no circuito mundial.

- Eles se sobressaem muito mais do que a gente. Eles têm uma adaptação ao circuito, um conhecimento do tênis muito mais apurado do que o Brasil. E isso eu já percebi muito cedo. Enfrentar um argentino era pedreira. Indiferente se fosse o primeiro do ranking de até 14 anos ou o oitavo. Era um cara que jogava bem, que ia dar cansaço, que não ia entregar jogo. Eu sempre procurei observar para tentar ir assimilando algumas características importantes que eu achava que encaixavam dentro do meu jogo e também para encontrar a forma de enfrentá-los - recorda.

Pouca gente lembra, mas foi na Argentina que Gustavo Kuerten conquistou seu primeiro ponto no ranking mundial. Foi em um torneio da série Satélite, e o brasileiro só conseguiu ingressar no evento porque recebeu um wild card (convite) da Federação Argentina.

A ascensão de Guga ao topo do ranking mundial - alcançado em dezembro de 2000 - ajudou a provocar um efeito inverso na relação. Naquela época, os argentinos admiravam e se espelhavam no catarinense. E foi no começo da década que o tênis deles teve sua melhor fase. Gastón Gaudio e Guillermo Coria disputaram uma final argentina em Roland Garros, David Nalbandian alcançou a decisão em WImbledon, Mariano Puerta e Guillermo Cañas figuraram no top 10.

- Quando eu me destaquei, como eu tinha um respeito muito grande por eles, acho que fui conquistando uma admiração enorme pela plateia, como pelo meio dos atletas, dos preparadores físicos. Eu gerei para eles a mesma coisa que no início eles me geraram. Essa projeção de admiração e, ao mesmo tempo, um desafio distante. Os caras que estavam mais próximos foram tentando ir acompanhando e quem estava embaixo começou a vir com tudo. Quando eu estava ganhando Roland Garros, Coria era juvenil. Nalbandian era a mesma coisa - diz Guga.

A história do jogo entre Guga e Calleri será a próxima parte da série de reportagens "Memórias do Tri", que vai ao ar nas duas semanas que antecedem o aniversário de dez anos da terceira conquista do catarinense no Grand Slam francês.  

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