Na base do drama, Franca faz valer o Pedrocão e se mantém vivo na final

Na base do drama, Franca faz valer o Pedrocão e se mantém vivo na final

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:42

Durante toda a temporada regular, Franca só tinha perdido uma vez no ginásio Pedrocão. Não dava para levar dois tombos seguidos justamente na final. Novamente empurrado pela torcida, o time da casa desta vez se agigantou. Avançou sobre o Brasília e, após o sofrimento da prorrogação, conseguiu o que era preciso para adiar as férias: uma vitória dramática por 93 a 92. Ainda não dá para tirar a corda do pescoço, porque os brasilienses têm a vantagem de levar a série para casa no jogo 4 de terça-feira, às 21h. Mas deu para tomar fôlego. E a luta pelo título do NBB continua aberta.

A noite foi de Helinho. Incansável, o armador francano teve a mão certeira nos arremessos de três e terminou a noite com 33 pontos. Benite, com 23 pontos e três assistências, e o americano Lewis, com 17 pontos, 12 rebotes e dois tocos espetaculares em sequência sobre Nezinho, também deram suas cotas. O Brasília viu um Guilherme Giovannoni mais discreto que no jogo 2, com 22 pontos, apesar de ter brilhado na prorrogação. O cestinha foi Alex, com 24, e Nezinho adicionou 18.

Helinho fez 33 pontos e ajudou Franca a sobreviver na final do NBB (Foto: Celio Messias / Divulgação)

  - Eu acho que o primeiro jogo (em Brasília) foi atípico, mas é normal acontecer em playoff. O mais importante é que tivemos a cabeça para jogar e conseguirmos a vitória. Temos de ir a Brasília só pensando em empatar a série e trazer o jogo final para cá. Precisamos tirar a vantagem que eles conquistaram com a vitória aqui - afirmou Helinho.

Cipriano, pelo outro lado, se mostrou chateado com a arbitragem, mas lembrou que o Brasília ainda tem a vantagem de decidir em casa.

- Não temos o que reclamar. A arbitragem sabe o que faz. Temos que nos preocupar com o nosso time, consertar alguns problemas que tivemos. Apesar de tudo, conseguimos levar o jogo até o final. Agora, é consertar nossos erros para conseguirmos ser campeões em casa - afirmou.

Com duas derrotas na bagagem, Hélio Rubens mudou o quinteto titular para o jogo 3. Tirou Penna e Drudi para colocar Benite e Rogério. Este último, aos 40 anos, começou como o encarregado de marcar Giovannoni. Logo no início, levou um drible desconcertante na cabeça do garrafão. Guilherme pontuava, passava e orientava como manda o manual do líder. Mas Benite fez a escolha do técnico valer a pena no primeiro período. Com oito pontos, comandou o ataque no quarto e garantiu a diferença apertada de 26 a 23 no placar.

A segunda parcial começou com a bola queimando nas mãos dos jogadores. Franca abusava dos chutes de três e errava, enquanto Brasília não conseguia emplacar seus contra-ataques. O placar ficou estacionado em 28 a 28 por um bom tempo, até Lewis e Alex acertarem lances livres. Cesta, que é bom, só veio com a cravada de Lucas Tischer, abrindo quatro pontos para os visitantes.

Como de hábito, a torcida francana não aliviou os atletas de Brasília  (Foto: Celio Messias / Divulgação)

  Franca começou a repetir os passes errados do jogo 1, e a vantagem chegou a pular para seis numa bandeja de Nezinho, mas caiu para três num lance livre de Drudi. Nos segundos finais, bola para Alex, que errou feio o chute de três. O curioso foi que a bola, sem tocar no aro, parou nas mãos de Nezinho, que estava caído no chão, embaixo da cesta. E o cronômetro estourou com 40 a 37 para os brasilienses.

No terceiro quarto, Franca encontrou seu melhor momento. A torcida não parava de gritar e parecia carregar o time no colo para, aos poucos, minar a resistência dos visitantes e tomar a frente. Com dois lances livres de Benite, a diferença pulou para nove a três minutos do fim do período. Mas os forasteiros queriam o título e não se entregavam. Na virada para o quarto final, Nezinho converteu uma linda bandeja com falta e cortou a diferença: Franca 61 a 58.

Marcado por Rogério, Guilherme brilhou na prorrogação (Foto: Celio Messias / Divulgação)

  Brasília manteve o embalo no período final, quando Alex entrou de vez no jogo. Primeiro, virou o placar com dois lances livres. Depois encontrou Cipriano para a bandeja que abriu três pontos. E o Pedrocão estava calado. A torcida voltou a se manifestar para vaiar uma substituição de Hélio Rubens, que sacou Spillers e mandou Lewis de volta à quadra. Mas Helinho se encarregou de reconquistar os aplausos com a bandeja que virou o jogo de novo para os anfitriões.

A quatro minutos do fim, o máximo de decibéis até então. Após levar o toco de Tischer bem longe da cesta, Benite achou Helinho livre na linha de três. A torcida começou a gritar histericamente quando a bola ainda estava no ar. E ela caiu, abrindo quatro de vantagem.

A bola de segurança do Brasília, claro, passava pelas mãos de Guilherme e Alex, que não deixavam o placar deslanchar. Coube a Lewis, que a torcida não queria ver em quadra, converter os dois lances livres a dois minutos do fim para abrir quatro. E quem disse que tinha acabado?

Arthur empatou o jogo num contra-ataque, mas Benite respondeu e, na sequência, quem apareceu? Lewis, com dois tocos monumentais em Nezinho, um na sequência do outro, fazendo ferver de novo o Pedrocão. Mas o próprio Nezinho, desta vez sem Lewis na frente, igualou tudo a 15 segundos do fim.

A última bola do quarto período foi para as mãos de Helinho. Bem marcado por Cipriano, ele teve de soltar para Benite, mas a defesa brasiliense sufocou o ala-armador, que não conseguiu concluir. Prorrogação.

O pivô Lewis deu dois tocos impressionantes em Nezinho (ao fundo) (Foto: Celio Messias / Divulgação)

  O equilíbrio dos quatro períodos se estendeu nos cinco minutos de bônus. E Guilherme voltou ao modo automático, acertando arremessos inacreditáveis de todos os cantos da quadra. Helinho e Benite retrucavam no mesmo nível, da linha de três, e Lewis conseguiu, sabe-se lá como, arrancar um rebote ofensivo a 1m35s do fim para abrir quatro pontos.

Como se o tempo corresse em câmera lenta, Guilherme ainda cortou de novo, mas depois se enrolou todo com uma bola na linha de fundo, e Franca voltou a abrir três. Alex tirou dois nos lances livres e teve a chance de virar. Mas em vez de infiltrar optou por um chute de fora. Errou. Festa histérica no Pedrocão, e Franca vive na final.          

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