Respirando sem aparelhos, Ricardo Gomes já fala algumas palavras

Respirando sem aparelhos, Ricardo Gomes já fala algumas palavras

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:28

Médicos deram boas notícias sobre a recuperação

de Gomes (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)

  A evolução de Ricardo Gomes está cada vez melhor. Na manhã da última quinta-feira, o grupo de médicos que acompanha o caso retirou o tubo traqueal que auxiliava a respiração do técnico. Com isso, o comandante vascaíno já respira sem ajuda de qualquer auxílio. Além disso, ele já não fica mais o tempo todo deitado. Além de sentar, Ricardo interage cada vez melhor com as pessoas chegando até a pronunciar de maneira clara algumas palavras. Diante da evolução, o treinador deve trocar o CTI pelo quarto em cerca de quatro dias.

- A evolução continua satisfatória e animadora, ontem (quinta-feira) pela manhã foi retirado o tubo traqueal. Em mais de 24 horas sem o tubo, ele está respirando muito bem. Não cogitamos, em momento nenhum, retornar. O nível de consciência está melhorando a cada hora, só fez melhorar desde que retiramos os sedativos. Já se encontra sentado, olhando as pessoas, entendendo o que se fala e o que se pede. E até falar ele já está falando - explicou o clínico Fábio de Guimarães Miranda, lembrando que ele deverá ficar mais duas semanas no quarto após sair do CTI.

As reações de Ricardo Gomes seguem dentro do esperado. Cada vez mais, o treinador reconhece e interage com quem tem acesso ao seu leito no CTI. Na quinta-feira, segundo pessoas próximas, Ricardo se emocionou muito com a visita do filho Diego. Ele teria chorado ao reconhecê-lo. Segundo o diretor-geral do hospital, Ricardo Periard, ao escutar Diego falar "eu te amo", o comandante respondeu "amo". O mesmo aconteceu quando os médicos perguntaram se ele se sentia bem. Ele respondeu apenas "bem".

Fábio de Guimarães Miranda explicou que o fato de ele falar apenas algumas palavras e não formular frases completas é perfeitamente normal e esperado em função do grave quadro. A partir de agora, os médicos vão poder avaliar possíveis sequelas em relação à fala, situação que só poderia ser vista com a retirada do tubo. Existe um otimismo, mas eles voltaram a dizer que não dá para ter uma resposta concreta agora.

- Ele ainda fala pouco, poucas palavras. Isso também era esperado pela localização do hematoma. Mas esperamos que a progressão e a melhora no estádio neurológico continue. Ainda é cedo para dizer se vai haver ou não normalização de movimentos e fala, mas tudo que poderia melhorar até o momento melhorou. Como vocês mesmo já puderam comprovar, não existem prazos fixos em casos como esse. No início é claro que ele terá dificuldades, mas a recuperação é acima da média em comparação com outros casos - continuou o médico.

As sessões de fisioterapia motora e respiratória seguem sendo realizadas de três a quatro vezes por dia. Na quinta-feira, foi iniciado o processo de fonoaudiologia para auxiliar na recuperação da fala.

Decisão de voltar a trabalhar cabe ao próprio Ricardo

O caminho da recuperação ainda é longo e árduo. Muito se falou que após o ocorrido Ricardo Gomes não deveria mais pisar na beira do gramado para comandar um time de futebol. No entanto, os médicos falaram que não há qualquer contra-indicação para isso. Tudo dependerá exclusivamente da evolução e do próprio Ricardo Gomes.

- Voltar a trabalhar só vai depender da recuperação dele. Não existe qualquer contra-indicação ou recomendação médica para ele não trabalhar. Quando estiver normalizado, cabe a ele tomar esta decisão - afirmou Fábio.

Enquanto esse momento não chega, Ricardo Gomes vai sendo informado dos jogos do Vasco pelos próprios médicos. Na última semana, ele reagiu de maneira discreta ao saber da vitória sobre o Ceará. Na ocasião, os sedativos estavam sendo retirados. Nesta sexta-feira, ao saber da vitória sobre o Coritiba, a reação foi ainda mais clara.

- Ele sorriu novamente de maneira clara. E sem agitação desta vez - finalizou Fábio.

Entenda o caso

Ricardo Gomes sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no segundo tempo do clássico entre Flamengo e Vasco, no domingo, dia 28 de agosto, no Engenhão. Foi levado inicialmente para o centro médico do estádio e, em seguida, encaminhado para o Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde foi submetido a uma cirurgia que durou cerca de três horas e meia. A hemorragia no cérebro em decorrência do AVC sofrido pelo treinador foi estancada, e a circulação, restabelecida.

No ano passado, quando ainda comandava o São Paulo, Ricardo Gomes teve uma vasculite, considerada um pequeno AVC, e precisou ficar internado após o clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. No entanto, o médico do Vasco Clóvis Munhoz assegura que o problema não é relacionado com o enfrentado pelo treinador na outra ocasião.            

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