Sergio Sasaki tenta colocar seu nome no código de pontuação da FIG

Sergio Sasaki tenta colocar seu nome no código de pontuação da FIG

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:41

    O alerta só foi dado depois de três execuções, quando fez parecer fácil o movimento que treina exaustivamente para tentar colocar no código de pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Com sorriso no rosto, Sergio Sasaki disse que teve medo de voar em direção à câmera caso errasse a retomada nas paralelas. "Sabe como é, às vezes acontece". É ali que está a inovação, o elemento que poderá ganhar seu nome após ser apresentado e avaliado pela FIG. Processo pelo qual passaram Daiane dos Santos e Diego Hypolito. Situação que, até pouco tempo, ele não ousava pensar em viver.

As duas medalhas conquistadas na etapa da Copa do Mundo de Doha e o troféu de revelação da competição serviram como motivação extra para o ginasta de 19 anos. Sasaki deixou para trás adversários do calibre de Zou Kai, o chinês campeão olímpico. Aprendeu a lidar mais com sua ansiedade e está nas nuvens, como ressalta o técnico Renato Araújo. 

- Ele se adaptou muito bem aos treinamentos com atletas fortes. Tem uma motivação diferente, está num clube novo, ganhou duas medalhas. Eu puxo o máximo que posso dele. Sasaki tem chances de ir às Olimpíadas de Londres e de ajudar muito a seleção. Vamos tentar classificar a equipe. Este movimento que ele está fazendo é  difícil, é mais que um mortal e meio. Ele retoma o aparelho na extensão total do corpo. Estamos sugerindo que tenha valor F, já que nas paralelas não tem um com valor G. Vamos mostrá-lo já no Brasileiro, que será disputado na semana que vem em Brasília, e também no Meeting do Brasil e na Copa do Mundo de Ghent - disse o treinador.   

  Ao contrário de Diego, seu companheiro de treinos que não se cansa de tirar da gaveta séries e elementos novos para o solo, Sasaki se arrisca pela primeira vez nesse sentido. Aceitou a sugestão de outros ginastas e começou a fazer testes com a nova pegada.  Gostou tanto do resultado que não quer parar mais de elevar o grau de dificuldade de suas séries, o que deverá trazer bons resultados no individual geral. Vem treinando também um salto com nota de partida semelhante à dos melhores competidores no aparelho.

Sergio Sasaki treina no Flamengo de olho numa vaga olímpica (Foto: Danielle Rocha/Globoesporte.com)

  - Entrar no código vai ser muito importante para mim. Não vou passar pela ginástica só como mais um ginasta. Vou ter meu nome no aparelho, que muitos vão poder executar e que vai ficar para sempre, né? Não vai acabar.  Acho que voltei de Doha com mais motivação. Fiquei nervoso no começo, mas depois vi que não tem uma diferença tão grande entre nós e aqueles ginastas campeões mundiais e olímpicos. Quanto mais competir com eles, mas vou achar natural enfrentá-los. Vai ajudar a controlar melhor a ansiedade. Gosto de adrenalina. De aparelhos onde possa saltar, voar. As pessoas brincam que enfrento isso tudo, mas tenho medo de montanha-russa.  Já mandei parar uma vez um barco viking e todo mundo riu. Mas ali  não estou no controle, muito diferente de quando estou na barra fixa, por exemplo - diverte-se.   

Bons ventos na Gávea

Diego Hypolito também vem se sentindo cada vez mais no controle. As dores no tornozelo esquerdo, operado no ano passado, deram uma trégua. A segurança voltou. Há uma semana, o bicampeão mundial voltou a executar a série de solo que só fez uma vez na carreira e lhe rendeu uma nota alta. Sem erros, como faz questão de frisar.

- A única vez que fiz essa série com o Hypolito, foi no Brasileiro de Vitória, na temporada passada. Logo depois tive que operar. Este ano estou mais previsível mas, pelo que tenho visto dos meus adversários, esta série é a melhor por enquanto. Zou Kai tem uma firme, assim como o Uchimura. Estou feliz porque sinto menos dor e estou mais seguro - afirmou.

Confiante também. Não pensa apenas no solo, quer melhorar no salto sobre o cavalo. Precisou apenas de dois dias para aprender dois saltos novos, com nota de partida abaixo apenas de um rival coreano.

- Eu tinha notas baixas para nível mundial. Saio agora de 17.20. Mais do que isso só um atleta faz. Nunca acreditei que fosse fazer esse salto. Acho que tudo está ajudando. A fisioterapia, a nutrição, o psicólogo. Estou bem cercado. 

E terá também nova aparelhagem - cedida pelo Time Rio e da mesma marca que será usada nas disputas em Londres -, à disposição a partir da próxima semana, quando deverá ser montada no ginásio do Flamengo.           

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