Tranquilo, Rubinho chega ao seu 19º GP do Brasil: Não vou me despedir

Tranquilo, Rubinho chega ao seu 19º GP do Brasil: Não vou me despedir

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:20

Rubens Barrichello observa o  filho Fernando

(Foto: Rafael Lopes/GLOBOESPORTE.COM) Em seu 19º GP do Brasil, quase metade das 40 edições da prova, Rubens Barrichello é uma pessoa tranquila. Aos 39 anos, apesar de não ter certeza se estará na Fórmula 1 em 2012, ele prefere não pensar no futuro imediato, mas diz que as negociações para a 20ª temporada estão em curso e que a Williams, sua atual equipe, continua a ser seu principal caminho.

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Rubinho disse que não vai se despedir da torcida brasileira neste GP do Brasil em Interlagos. Segundo ele, sua forma está no auge; a motivação, em alta; e seria um desperdício não aproveitar sua competitividade.

- Não vou me despedir do Brasil e nem o Brasil vai se despedir de mim. É um fim de semana de amor. Sinto que estarei aqui no ano que vem. Só vou me despedir uma vez dos brasileiros e espero que seja com 114 anos (risos). Não tenho medo de deixar de me despedir. Amo o país e estou aqui pela torcida. Veja quanta gente boa não durou na Fórmula 1. Estar aqui há 19 anos é muito bom e quero estar competitivo no 20º. Nunca estive tão bem fisicamente e seria um desperdício não utilizar a minha competitividade agora. Nem sei o número de corridas que disputei. Para mim, o que vale é o fato de lutar por uma equipe (a Williams) que será melhor em 2012. Vejo como uma chance a mais. Quero ir com tudo - disse Rubinho.

Por isso, Rubinho prefere curtir os dias em Interlagos. Ele fez questão de levar a família para o autódromo e aproveitar cada momento. Cada passagem pela entrada do paddock, a parte de trás dos boxes, é uma festa para o público, que não cansa de gritar o nome do piloto. As dificuldades das primeiras corridas no Brasil ficaram para trás.

- No começo, Interlagos era uma situação de muita pressão para mim. Queria abraçar o mundo. Foi muito, muito difícil. Mas tudo isso me deu essa alegria e a paz que tenho. É bom olhar para o público e sentir aquele carinho. Meu coração está em paz. É a melhor semana do ano, estou vivendo um momento especial. Tenho de me orgulhar desses 19 anos, pelo fato de ainda andar bem. Ninguém vai fazer o favor de deixar o Rubinho correr. Se Deus quiser e eu realizar esse sonho, será porque acharam que eu era competitivo, e isso terá um valor até maior do que a parte financeira, o que acontece muito na Fórmula 1 atualmente.

Rubens Barrichello mostra confiança em ficar na Fórmula 1 por mais um ano (Foto: Duda Bairros) Sobre as negociações, Rubinho não dá muitas pistas. As conversas com a Williams são as mais fortes, mas outras equipes também estão interessadas em seus serviços. E para os pessimistas, ele faz questão de lembrar que viveu uma situação parecida no fim de 2008, quando a Honda saiu da F-1. Ele assinou com a Brawn GP e disputou o título mundial de 2009.

Com o capacete do GP do Brasil (Foto: Reuters) - Existem outras negociações. Com a Williams é forte porque você não precisa ligar, você vê o pessoal sempre. Minha tranquilidade é por ter entendido a situação. Algumas pessoas podem falar que o Rubinho sabe mais do que ele quer contar. Mas realmente não sei. Como mostro serenidade, as pessoas acham que estou fechado e tranquilo, mas não é isso. Trabalhei muito a minha cabeça. Nos meses de outubro, novembro e dezembro, o melhor é não ler o noticiário. O bom é que passei por essa mesmíssima situação de 2008 para 2009. O quadro é bom, sou querido, a minha experiência e velocidade são o que eles esperam. Mas o mundo hoje precisa de certas coisas e entendo a parte financeira. Tem alguns complicadores, mas dá para resolver.

Tudo isso após uma temporada complicadíssima para a Williams, que apareceu muito bem nos testes de pré-temporada, mas caiu muito já no início do ano. Rubinho admite que a equipe andou com pouca gasolina no tanque, mas o problema maior foi a altura do carro. Com ele cheio de combustível, ele ficava baixo demais, fora do regulamento. E os ajustes não foram os ideais.

- A gente estava andando com menos gasolina do que a galera nos testes. O carro se comportou de uma maneira que parecia melhor. No fim, tivemos noção de ele não poderia ficar tão baixo para a aerodinâmica. A equipe não conseguiria manter o carro dentro do regulamento. Aí danou-se tudo. Não estávamos competitivos na primeira prova e depois não houve o progresso durante o ano. Isso não se deve à falta de tentativas. Eles tentaram arrumar. Mas, com a saída do Sam Michael (ex-diretor-técnico) e a entrada do Mike Coughlan, ficou um vácuo.

Rubens Barrichello em casa com a família em São Paulo (Foto: Rafael Lopes/GLOBOESPORTE.COM) Incertezas e sofrimento da família

Com tudo isso, quem sofre mesmo é a família do piloto: os filhos Eduardo, de 10 anos, e Fernando, de 6, e a esposa. Silvana. Rubinho diz que eles mantém a calma e o incentivam incondicionalmente. O brasileiro admite que, se não correr em 2012, ficar ao lado da esposa e dos filhos será bom. Entretanto, ele acha que ainda não está preparado para isso.

- O sofrimento maior é da família. Eles me incentivam 100%, querem saber o que se passa na minha cabeça e passo uma calma muito grande. Até os acalmam, mas eles ficam naquela ansiedade. O pai quer saber o que o filho está pensando, a esposa quer saber do marido. As crianças é estão tranquilas, sabem que o papai vai sair para correr. Tenho um lado muito acolhedor pós-Fórmula 1, não estou preparado para ele, mas é muito acolhedor.          

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