Felipão ganha abraço de Neymar e não vê razões para críticas à Seleçãoc

Técnico recorre a elogios incompatíveis com as atuações do Brasil nas últimas duas partidas do da Copa do Mundo: “Essa geração não tem nada que ficar marcada"

Fonte: globo.comAtualizado: domingo, 13 de julho de 2014 às 00:33

“Não jogamos mal”, “ficamos entre os quatro melhores do mundo”, “tivemos momentos muito bons”, “não fizemos um jogo ruim”, “reagimos”, “não vejo como criticar a Seleção hoje”. As expressões são de Luiz Felipe Scolari, na entrevista coletiva depois da derrota do Brasil por 3 a 0 para a Holanda, na disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo. Antes, o Brasil fora goleado pela Alemanha por 7 a 1 na semifinal.

A postura do técnico da seleção brasileira depois do quarto lugar na Copa do Mundo de 2014 foi praticamente a mesma de suas últimas entrevistas: admitindo que o Brasil poderia ter sido melhor, mas desviando-se das cobranças por conta das duas atuações desastrosas nos últimos jogos do Mundial.

- Disputei três Copas do Mundo e cheguei entre os quatro melhores em todas elas. Portanto eu não tenho uma situação que possa ficar lamentando minha vida toda, porque o futebol muda em um minuto de jogo. Já falamos repetidas vezes do resultado de sete. Mas eu vejo o lado positivo, de que desde 2002 (quando foi campeão) não chegávamos entre os quatro – respondeu Felipão.

Abraçado por Neymar, que apareceu de surpresa durante a última resposta do técnico na coletiva, Felipão defendeu o grupo de jogadores que montou.

 - Essa geração não tem nada que ficar marcada. Ela ganhou a Copa das Confederações e perdeu uma Copa do Mundo. Vai ficar marcada pelo 7 a 1, mas também vai começar uma etapa para a Copa do Mundo de 2018 com um quarto lugar. O que tem de fazer agora é continuar trabalhando – acrescentou o técnico.

Felipão Scolari jogo Brasil x Holanda (Foto: Reuters)
Felipão durante a derrota do Brasil para a Holanda (Foto: Reuters)

Felipão ainda não fala sobre o futuro. Prefere deixar que a CBF comunique se ele continua no comando técnico ou se seu trabalho acabou agora, com o quarto lugar.

- Quem tem que decidir isso é o presidente. Como nós tínhamos combinado, entregaríamos o cargo à direção depois do final da Copa do Mundo, porque era esse o combinado. Vamos entregar o relatório do nosso trabalho, e o presidente (José Maria Marin) tem a grande capacidade de avaliar – acrescentou Felipão.

Em sua última entrevista nesta Copa do Mundo, Luiz Felipe Scolari também falou sobre arbitragem, futuro da base da Seleção e, claro, mais do vexame histórico.

PRINCIPAIS TRECHOS DA COLETIVA DE FELIPÃO


Organização da Copa

- Foi uma Copa do Mundo excelente. Com tudo aquilo que a gente gostaria de ver acontecer no Brasil. Agora no final da competição não fomos bem (como time). Não podemos deixar de elogiar os nossos jogadores e a forma como tenham jogado.

 Balanço

- Há um ano ganhei a Copa das Confederações. Em determinado momento uma equipe pode ser superior à outra. Mas no último ano e meio, nós ficamos entre as quatro melhores seleções do mundo.

Reformulação na Seleção/arbitragem

Não tem nada a ver com treinador, com dirigentes. Nossa equipe tem alguma dificuldade a mais em relação a jogadores. Estamos revelando um pouco menos. Temos uma situação em termos de equipe que ainda é muito nova. Vamos fazer a análise que acharmos interessante. Abala tomar um gol daquele jeito. Mesmo assim essa equipe foi muito boa, muito legal. Brigou, teve chances. Não sei se houve alguns erros da arbitragem. Parece que o primeiro pênalti do Fred está refletindo até hoje. O Thiago tinha que ser expulso no primeiro minuto, porque aí estava tudo certo dentro que imagino que eles tinham acordado.

Felipão Scolari jogo Brasil x Holanda (Foto: Getty Images)
Felipão acompanha a partida entre Brasil e Holanda, à frente do banco de reservas (Foto: Getty Images)

 



Confiança no hexa

- Qualquer um, qualquer líder, se não passa otimismo, não tem o que fazer. Seria horrível eu chegar desde o começo e falar que iríamos até as oitavas ou só até as quartas. Tem que colocar otimismo. Se vamos conseguir ou não, temos de mostrar.

Queda na semi

- Eu penso o seguinte: os objetivos foram atendidos à medida que passamos de fase. Nós não tivemos grandes atuações. Tivemos momentos muito bons. Mas conseguimos. Os seis minutos aconteceram. Sabemos que foi assim, vamos lamentar. Mas aconteceu. Não vejo como criticar a Seleção hoje. Teve uma desenvoltura. Foi atrás do resultado. Esse grupo, que foi muito bem na Copa das Confederações, foi bem até a semifinal. Depois não fomos bem. Nós da comissão técnica assumimos essa situação. Jogamos razoavelmente hoje pelo resultado. Tivemos reação e foi bom.

Defesa mais vazada

- Porque nós tomamos sete gols num jogo. A pessoa que cai ou que perde e não levanta, essa é derrotada. Quantos campeonatos já foram vencidos? Muitos. Seguir a vida. Isso é o que a gente vai fazer.

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