Muricy fala que não irá se aposentar: "Se parar fico doente"

Muricy revela susto com UTI e rejeita aposentadoria: "Se parar fico doente"

Fonte: Uol EsporteAtualizado: segunda-feira, 6 de outubro de 2014 às 17:07

O técnico Muricy Ramalho falou pela primeira vez após passar um período internado devido a uma arritmia cardíaca. O comandante do São Paulo, que volta ao trabalho nesta segunda-feira, admitiu que levou um grande susto na UTI e acredita que terá de se "acalmar" para poder seguir na profissão. 

"Estava em casa ainda pela manhã, eu sempre chego antes. Comecei a suar frio, ter tontura e sentir o coração batendo descompassado. Como eu nunca tive histórico não dei muita atenção e continuei a fazer o que estava fazendo. Fui para o CT, antes como sempre, só que nesse intervalo continuei igual. Cheguei no CT fiz o que tinha que fazer, mas não passava. Conversei com o médico e ele disse que eu tinha que ir para o hospital e lá fiquei. Eu sempre comento com minha esposa, mas é aquele negócio: 'é só um mal estar'. Só comentei com ela e ela pediu para eu ir para o hospital e eu não fui", disse em entrevista à rádio Jovem Pan. 

"Eu fiquei assustado porque não pensava que era grave. Logo quando eu cheguei fui para uma sala cheia de aparelhos e começaram a me entubar, colocar soro na veia. Aí vê os médicos conversando no canto. Me disseram para ir para a UTI e eu me assustei. Claro que depois eu fiz os exames. Eu fiquei dois dias dessa maneira, mas no final do segundo dia reverteu, mas eu estou bem melhor", continuou. 

Apesar do susto, Muricy Ramalho nega que vá se aposentar. Sem nenhum problema constatado no coração (a arritmia aconteceu com base no estresse cotidiano), o técnico retorna ao trabalho sem restrições e afirma que não vai deixar o São Paulo.

"Não vai encurtar (passagem pelo São Paulo). Como foram feitos os exames, minha preocupação era saber se eu tinha algo no coração. Se tivesse acusado alguma coisa já ia pensar em parar. Tenho contrato até 2015 e os exames mostraram que eu estou bem. Então é só diminuir a intensidade. Eu mais converso com minha esposa. Todo mundo ficou assustado. Minha esposa está comigo há 34 anos, ela sabe o que eu penso. Ela não pede para eu parar porque é minha vida. Ela sabe que se eu parar é pior. Aí que eu vou ficar doente mesmo", afirmou.

Uma dos desafios de Muricy Ramalho neste retorno será controlar o estresse. Ciente de que precisa se acalmar, o treinador pensa que deve dar mais espaço para que sua comissão técnica seja mais atuante, como acontece nos clubes europeus. 

"Como o problema foi emocional, a base é estresse, tenho que me acalmar um pouco em relação à vida. Pensei nisso no hospital. Não dá para querer arrumar, é um vício. Eu sou desse jeito. Tenho que me acalmar um pouco. Tem várias pessoas que trabalham comigo, deixar eles trabalharem um pouco. Na Europa eles usam muito isso. É que eu não tenho jeito, treino o time que às vezes não joga. Tenho que me acalmar", analisou.

Muricy Ramalho também criticou o calendário do futebol brasileiro e a forma como a modalidade é conduzida no Brasil. O comandante acredita que  a forte pressão sobre os técnicos brasileiros é descabida e colabora para a queda na qualidade de vida. 

"Essa sequência, calendário maluco. Estamos com dificuldades para armar time. Hoje se tem estudo, a quilometragem dos jogadores aumentou demais. O Brasil é um país enorme, muitas viagens. A cobrança é dura demais, descabida. Parece que o técnico é muito ocupado. Vimos o técnico do Arsenal completando 18 anos. Mesmo não ganhando nada o cara tá lá com o terno, cabelo bonitinho. Quando perde o único culpado é o técnico. Podemos fazer milhões de pessoas felizes ou tristes. Então, pegamos isso para a gente. Esse calendário é maluco", completou. 

 

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