Ney Franco usou uma voz mansa para anunciar uma resolução que tomou contra os recorrentes casos de insubordinação no elenco do São Paulo. Bastante criticado pelos poucos torcedores que foram ao Morumbi neste domingo, na vitória por 3 a 2 sobre o Oeste, o técnico avisou que excluirá do seu time quem repetir as atitudes do meia Paulo Henrique Ganso e do zagueiro Lúcio, insatisfeitos com duas de suas substituições recentes.
"Não aceito mais nenhum tipo de reação. Se acontecer de novo, será da parte de algum jogador que está rebelado dentro do grupo. Não vou tolerar esse tipo de reclamação. Os jogadores já entenderam. Se fizerem, não jogarão mais enquanto eu estiver no São Paulo\", ameaçou.
A adoção de pulso firme contrasta com a serenidade costumeira de Ney Franco, que também atacou jornalistas e contrariou torcedores nesta tarde. Acusou quem fazia especulações sobre a sua possível demissão de \"procurador\" de outros técnicos e recusou-se a colocar Ganso em campo diante do Oeste, apesar das manifestações do público a favor do atleta.
\"Não gosto de usar força. Trabalho com a conversa. É o meu estilo, que já deu certo em muitos clubes. Mas já passou. A questão das reações foi resolvida. O que aconteceu foi visível e conversamos sobre isso muito recentemente. Estou fechado com os jogadores\", garantiu, creditando as revoltas públicas de Ganso e Lúcio nos últimos jogos à má fase na Copa Libertadores da América.
A diretoria do São Paulo também se diz \"fechada\" com Ney Franco. O vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes, que já causou polêmica ao criticar o time, assegurou o respeito à hierarquia no clube. \"No São Paulo, não é o rabo que balança o cachorro\", disse, apesar de também classificar como \"normal\" as queixas de alguns atletas. \"São coisas que acontecem no calor do jogo.\"
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