Enquanto as tropas americanas pressionam o Taleban em seus redutos pelo deserto e pelas montanhas, diplomatas ocidentais, líderes do Taleban e do governo afegão começaram a analisar seriamente o que será necessário para dar início a uma negociação para pôr fim aos combates.
"O ambiente está mudando", disse um diplomata ocidental que ecoou uma série de outros entrevistados. "Se o Taleban decidir que está interessado, as coisas podem mudar muito rapidamente".
Publicamente o Taleban sempre afirmou que não irá negociar antes que as tropas estrangeiras deixem o país. Agora, no entanto, alguns líderes do grupo têm sinalizado que estariam abertos a negociações mais cedo caso sua segurança possa ser garantida e seus combatentes rasos pareçam cada vez mais ansiosos para ver o fim da guerra.
De sua parte, as autoridades dos Estados Unidos também declararam que não vão falar com os líderes do Taleban e outros insurgentes com os quais consideram ter diferenças "irreconciliáveis". Mas, recentemente, têm começado a reduzir os obstáculos para tais negociações.
Em fevereiro, a secretária de Estado Hillary Rodham Clinton, em um discurso na Asia Society, em Nova York, pareceu reformular antigas condições para as negociações: de que os insurgentes deponham as armas, aceitem a Constituição do Afeganistão e se separem da Al-Qaeda. Ela passou a descrever esses objetivo como "resultados necessários".
Paradigma
O fato de os americanos estarem sinalizando que estão abertos a negociações "é uma mudança de paradigma", disse Rangin Dadfar Spanta, conselheiro de segurança nacional do presidente Hamid Karzai. O governo afegão insiste que as condições prévias para negociações continuam as mesmas, mas que apoia os esforços diplomáticos que possam levar a negociações e parece disposto a oferecer anistia segurança aos líderes do Taleban para que estes possam participar nas negociações sem impedimentos.
O Alto Conselho da Paz, que foi indicado por Karzai, recentemente escreveu cartas ao Quetta Shura e ao Peshawar Shura, duas das organizações líderes do Taleban, convidando-os à mesa de negociações. Hajji Deen Mohammed, um membro do conselho, disse que os shuras do Taleban responderam com dúvidas sobre o conselho ter verdadeira autonomia e poder garantir a segurança dos líderes insurgentes.
"Estamos trabalhando nesse processo para encontrar um local seguro para os Talebans, com proteções e garantias para que negociem com os americanos e o mundo", disse Arsala Rahmani, ex-ministro do ensino superior no regime Taleban e agora membro do Alto Conselho da Paz.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições