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Após alerta americano contra Paquistão, Índia e EUA assinam acordos antiterrorismo

Após alerta americano contra Paquistão, Índia e EUA assinam acordos antiterrorismo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

Após um alerta de Washington contra um possível conflito entre Nova Délhi e Islamabad devido à potencial ameaça paquistanesa à região, os EUA e a Índia assinaram nesta sexta-feira um acordo antiterrorismo buscando estreitar a cooperação entre os dois países na área de defesa.

A Iniciativa de Cooperação Antiterrorista (ICA) procura desenvolver os vínculos de segurança entre as duas nações, o que inclui uma aproximação entre seus respectivos comandos e forças especiais, indicou o governo indiano.

O acordo também prevê incrementar os "intercâmbios relativos à segurança marítima entre os guarda-costas e a Marinha" e elaborar procedimentos para realizar investigações conjuntas.

Em comunicado, Nova Délhi também indicou que a nova parceria prevê a intensificar a cooperação para lutar contra a lavagem e o financiamento de atividades extremistas e terroristas.

MUMBAI E PAQUISTÃO

Para a Índia, o atentado de Mumbai no final de 2008, que causou a morte de 166 pessoas, foi fomentado pelo Paquistão pelas agências oficiais e realizado pelo grupo paquistanês Lashkar-e-Taiba (LeT).

Na véspera, o chefe do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos e o emissário americano para o Afeganistão e Paquistão alertaram sobre a possibilidade de ataques extremistas para provocar um conflito entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares adversárias.

O almirante Michael Mullen disse temer que os extremistas cometam novos ataques na Índia como os de Mumbai no final de 2008 para desencadear uma guerra com o vizinho Paquistão.

Mullen começou nesta quinta-feira uma visita de dois dias à Índia, que coincide com outra do emissário americano para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke.

"Preocupa-me muito um novo ataque, ou algo parecido", declarou aos jornalistas a bordo do avião que o levava para Nova Délhi.

Índia e Estados Unidos atribuíram os atentados ao grupo islamita baseado no Paquistão Lashkar-e-Taiba (LeT). Os dois adversários asiáticos iniciaram um processo de paz em 2004 que foi suspenso depois dos atentados.

Holbrooke declarou, por sua parte, que o LeT é, junto com o Taleban, um grupo que busca desestabilizar o sul da Ásia.

"Parecem cada vez mais próximos e seu objetivo em longo prazo é o mesmo: criar o maior número possível de problemas entre a Índia e Paquistão para desatar uma crise", afirmou.

RELAÇÕES ÍNDIA-PAQUISTÃO

Ainda na semana passada um encontro dos chanceleres indiano e paquistanês em Islamabad buscou retomar as relações bilaterais entre os dois países -- afetadas após os ataques de Mumbai, em 2008 -- , quando o Paquistão pediu à Ìndia mais cooperação contra o terrorismo.

Os dois chanceleres, o indiano S.M. Krishna e o paquistanês Shah Mehmood Qureshi, conversaram com o objetivo de destravar o processo de paz entre as duas nações vizinhas.

Krishna falou com seu colega, e depois com o primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani e com o presidente Asif Ali Zardari na "zona vermelha" submetida a fortes medidas de segurança onde se encontram os prédios governamentais e muitas embaixadas no centro de Islamabad.

Em um comunicado publicado por seus serviços depois desta reunião, Zardari reiterou a oposição de seu país contra "qualquer forma de rebelião e de terrorismo, seja onde for", e afirmou que "os dois governos devem trabalhar juntos para melhor eliminar esta ameaça".

ACUSAÇÕES

O governo indiano tem indicado que nenhum avanço significativo poderá ocorrer até que o Paquistão mostre sua determinação para desmantelar o grupo militante Lashkar-e-Taiba, supostamente envolvido no ataque a Mumbai.

O grupo teria sido montado com a ajuda do próprio Estado paquistanês há cerca de 20 anos para pressionar a Índia na disputa territorial da Caxemira.

As autoridades paquistanesas não comentaram as acusações, mas o governo de Islamabad já negou em outras ocasiões qualquer ligação com os ataques.

O conselheiro americano de segurança nacional, Jim Jones, também pressionou o Paquistão a fazer mais para combater militantes terroristas. "Nós queremos ver um programa mais abrangente que aborde todos os aspectos do terrorismo porque todos estes grupos que encontramos estão interligados", disse.

Os EUA também se interessam pela melhora das relações bilaterais entre Índia e Paquistão, esperando que o governo paquistanês mova suas tropas da fronteira com a Índia para a fronteira com o Afeganistão.

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