Tropas da Síria invadiram casas em um distrito sunita do porto de Latakia nesta quarta-feira (17), disseram moradores, prendendo centenas de pessoas e as levando para um estádio, depois de quatro dias de ataque com tanques para reprimir os protestos contra o presidente Bashar al-Assad.
As forças de Assad atacaram al-Raml al-Filistini, nomeado em homenagem a um campo de refugiados construído nos anos 1950, no final de semana, como parte da campanha para acabar com o levante popular de cinco meses, que se intensificou desde o começo do mês sagrado do Ramadã, em 1º de agosto.
Latakia tem significado particular para Assad, que é da minoria alauíta. O presidente, de 45 anos, que se autodeclara campeão da causa palestina, veio de um vilarejo a sudeste, onde o pai dele está enterrado. A família de Assad, além dos amigos, controla o porto e as finanças da cidade.
Manifestante síria que vive na Turquia protesta contra o regime de Assad,
em Istambul, no dia 12 (Foto: Osman Orsal/Reuters)
'Bombardeios e sons de metralhadoras em tanques diminuíram hoje. Eles estão levando centenas para a Cidade Esportiva de al-Raml. Pessoas que são escolhidas a esmo de vários lugares em Latakia também estão sendo levadas para lá', disse um morador, referindo-se ao complexo esportivo que serviu de sede para os Jogos Mediterrâneos nos anos 1980.
'Os tanques continuam se posicionando, estão agora na rua principal Thawra', afirmou o morador, estudante universitário que não quis ser identificado.
'Os relatos sobre as condições de detenção e tortura são cada vez mais alarmantes. Assad está cada vez mais acossado usando mais e mais violência e colocando mais sírios contra ele', afirmou um diplomata.
Citando testemunhas em Latakia, o Observatório Sírio para Direitos Humanos disse que uma força de cerca de 700 oficiais de segurança se espalhou por al-Raml, com casas sendo demolidas na vizinhança 'sob o pretexto de que não tinham alvarás de construção'.
'Os estádios da Cidade Esportiva estão servindo de abrigo para refugiados, para impedir que eles fujam de Latakia, e assim como vimos em outras cidades atacadas, como um centro de detenção', disse o diretor do observatório Rami Abdelrahman à Reuters.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições