Ao menos quatro pessoas morreram após um atentado nesta terça-feira (22) na maior cidade da Turquia, Istambul, contra dois ônibus militares. Entre as vítimas está uma menina de 17 anos que ia para a escola com seu pai, um oficial do Exército turco.
Huseyin Avni Mutlu, governador de Istambul, explicou que o atentado ocorreu às 07h35 locais (1h35 em Brasília). Os outros três mortos eram sargentos do exército. Pelo menos um dos 14 feridos no ataque estão hospitalizados em estado grave.
Duas delegacias foram atacadas na noite de segunda-feira na província sudeste de Diyarbakir, deixando um soldado morto e outros dois feridos. Classificado como um ataque terrorista pelo primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan, o ataque eleva para 16 o número de soldados turcos desde a última sexta-feira.
Durante o fim de semana tropas do Exército turco morreram em combate com militantes separatistas curdos na região do Curdistão, ao norte do Iraque. As baixas levaram o governo de Ancara a convocar uma reunião de segurança de emergência na segunda-feira (21), quando foi anunciada a decisão de enviar mais tropas e intensificar a luta contra os militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerados como ''terroristas'' pela Turquia e pelos EUA.
As explosões em Istambul chegam um dia após esta decisão do governo turco, e as autoridades acreditam tratar-se de uma ação do PKK em retaliação.
Logo após os ataques com bombas o primeiro-ministro turco disse que seu país manterá a ''luta contra o terrorismo'' com firmeza e insistiu que o governo dará apoio total ao Exército para combater os rebeldes. ''Não vamos nos render à esta linguagem de violência'', disse.
Para Erdogan não há dúvidas de que os militantes curdos estejam por trás dos atentados. O grupo não reivindicou a autoria dos ataques, e segundo fontes locais, o PKK raramente assume publicamente a responsabilidade por operações do tipo.
Mais direitos
Erdogan sinalizou que mais direitos culturais devem ser garantidos à minoria curda. Recentemente o governo turco permitiu cursos de idiomas, abriu escolas e permitiu a transmissão de programas da televisão estatal turca em curdo.
''Nós vamos continuar agindo com responsabilidade e bravura pelas próximas gerações. Não faremos concessões quanto à democracia, apesar dos atos terroristas e de sabotagem'', disse o primeiro-ministro.
''Se cancelarmos o processo de abertura, os terroristas, chefes de gangues e vampiros que se alimentam do sangue dos jovens venceriam'', acrescentou.
Reunião
Na segunda-feira (21), o presidente turco Abdullah Gul chefiou um encontro de segurança de emergência, contando também com a participação do premiê turco Recep Tayyip Erdogan e líderes militares.
De acordo com a agência estatal Anatolian, tropas de elite do Exército turco desceram de helicópteros para cercar rebeldes curdos numa operação ao longo da fronteira com o norte do Iraque, onde fica localizada a maioria das bases dos militantes curdos.
A operação turca incluiu o bombardeio com metralhadoras na região montanhosa das Províncias de Hakkari e Sirnak, onde há suspeitas de núcleos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), indicaram fontes militares. ''O PKK é um inimigo comum da Turquia e dos Estados Unidos'', disse o embaixador americano na Turquia, James Jeffrey.
Ataques
Onze soldados turcos morreram neste sábado em dois ataques de rebeldes curdos, os mais intensos dos últimos dois anos.
Um primeiro ataque foi praticado por um grupo de rebeldes na noite de sexta-feira contra um posto militar próximo a Semdinli, no extremo sudeste da Turquia, na fronteira iraquiana, matando oito soldados e ferindo 14, segundo um comunicado do Exército.
Caças turcos bombardearam posteriormente diversas posições do PKK no norte do Iraque, onde essa organização, considerada terrorista pela Turquia e diversos países, incluindo os EUA, possui bases de retaguarda.
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