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Após testes de mísseis, EUA dizem que não aliviarão sanções contra Coreia do Norte

Após testes de mísseis, EUA dizem que não aliviarão sanções contra Coreia do Norte

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos não têm a intenção de aliviar as sanções contra a Coreia do Norte. A declaração reage aos recentes sinais contraditórios de Pyongyang, que na semana passada ofereceu a retomada do diálogo bilateral e multilateral por desnuclearização e nesta segunda-feira, 12, testou cinco mísseis de curto alcance na costa leste.

"Não temos em absoluto a intenção neste momento de aliviar ou propor uma atenuação das sanções contra a Coreia do Norte", afirmou Hillary, que está em visita a Moscou, na Rússia, onde discutiu o tema com o colega russo, Serguei Lavrov.

"Como já sabem, estamos tentando retomar o processo com seis países; Serguei e eu conversamos sobre o tema e continuamos pensando que é a melhor maneira de avançar", completou. "É possível que recorramos a algumas conversações bilaterais para ajudar na retomada do processo, mas não estariam em absoluto relacionadas com aliviar as sanções".

No início da semana passada, Kim Jong-il afirmou que Pyongyang estava disposta a voltar à mesa de negociações de seis lados --com Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão e Rússia. Kim condicionou, contudo, o diálogo a reuniões prévias por "diálogo direto" com os EUA.

As conversas de seis partes foram interrompidas há cerca de um ano, quando Pyongyang disse que boicotaria as sessões até que Washington encerasse as "atitudes hostis". Iniciadas em 2003, as conversas têm como objetivo obter do regime norte-coreano a renúncia de suas ambições atômicas em troca de uma ajuda no campo energético.

A agência sul-coreana Yonhap informou que a Coreia do Norte testou dois mísseis na manhã desta segunda-feira ao sul de Musudan-ri, na Província de Hamgyong, e outros três na tarde de segunda-feira (horário local) de bases de lançamento móveis.

Segundo uma fonte do governo de Seul citada pela Yonhap, são mísseis terra-terra do tipo KN-02 com um alcance de 120 quilômetros.

O governo norte-coreano emitiu uma proibição de navegação nas duas costas de 10 a 20 de outubro, em uma faixa de 120 quilômetros. Autoridades do Japão também foram avisadas pela Coreia do Norte sobre a realização de manobras militares entre hoje e 25 deste mês no litoral oeste norte-coreano, segundo a agência japonesa Kyodo.

Uma fonte do Executivo de Seul citada nesta terça-feira pela mesma agência indicou que há indícios de que Pyongyang estaria preparando o lançamento de outros mísseis. Segundo os analistas, estas operações poderiam ser exercícios militares rotineiros.

Os lançamentos acontecem em um momento em que a Coreia do Norte estaria indicando disposição de voltar às negociações multilaterais para seu desarmamento nuclear.

Durante uma viagem recente à Coreia do Norte, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, se reuniu com o ditador norte-coreano, Kim Jong-il, que lhe manifestou a intenção de retornar às negociações. Pequim é o maior aliado político e econômico da Coreia do Norte.

O regime comunista tem centenas de mísseis de curto alcance, com a habilidade de atingir a capital sul-coreana, Seul, e outros centros urbanos em seus arredores --onde moram cerca de 25 milhões de pessoas.

A Coreia do Norte é proibida, por resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), de lançar mísseis balísticos, mas não há acordos internacionais que proíbem o regime de testar mísseis de curto alcance.

A resolução não impediu o regime de realizar diversos testes de lançamento de mísseis balísticos nos últimos meses e um teste nuclear, em 25 de maio passado.

A medida levou o Conselho de Segurança a aprovar mais um pacote de sanções e um embargo comercial e de armas contra a Coreia do Norte em junho passado. Alguns analistas dizem que as provocações fazem parte da estratégia norte-coreana de fortalecer sua posição momentos antes de entrar nas negociações com os países.

Postado por: Felipe Pinheiro

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