O ataque à mesquita do palácio presidencial do Iêmen, ocorrido durante as preces desta sexta-feira (3) em Sanaa, matou três guardas presidenciais, informou a agência de notícias oficial do país em crise.
Inicialmente, a agência afirmou que um imã (sacerdote muçulmano que lidera as orações) também havia morrido, mas depois retificou a informação.
A agência disse que o presidente Ali Abdullah Saleh, cujo regime é alvo de violentos protestos oposicionistas, está "vivo e em boa forma".
Boatos sobre seu estado de saúde correram ao longo do dia. A TV oposicionista Suhail chegou a dizer que Saleh foi morto no ataque. Soldados fazem segurança de protesto antigoverno nesta sexta-feira (3) em Sanaa, no Iêmen (Foto: AP) Ele teria sido ferido atrás da cabeça, disse uma fonte do Congresso Popular Geral (CPG), partido governista. Outra fonte do partido disse à Reuters que ele recebia tratamento em um hospital militar.
Saleh deveria fazer um pronunciamento à nação em breve, segundo Abdu al-Janadi, ministro da Informação.
Pelo menos duas bombas atingiram o local, durante as tradicionais orações de sexta-feira. O premiê, Ali Mohammed Mujawar, o vice-premiê e o presidente do Parlamento teriam se machucado, havia dito mais cedo um porta-voz do governo.
De acordo com a TV Al Arabiya, o presidente do Parlamento ficou em estado grave. Manifestação antigoverno toma ruas de Sanaa, capital do Iêmen, nesta sexta-feira (3) (Foto: AP)
Fumaça ergue-se de Sanaa, capital do Iêmen, durante confronto entre integrantes de tribo e forças do governo na noite desta quinta-feira (2) (Foto: Reuters)
Uma fonte ligada à presidência informou à France Presse que o ministro da Defesa, general Rashad al-Alimi, foi gravemente ferido e hospitalizado.
Crise pólítica
O Iêmen enfrenta uma grave crise política, no contexto das revoltas que abalam o mundo arabe desde o início do ano, com o contestado presidente Saleh, no poder há três décadas, recusando-se a renunciar, apesar de pressões da oposição e da comunidade internacional.
Os protestos já duram mais de quatro meses e tornaram-se mais violentos nos últimos dias.
Combatentes tribais liderados pelo xeque Sadek al-Ahmar aderiram à oposição e enfrentam, desde 23 de maio, forças leais ao governo na capital, deixando o país à beira de uma guerra civil.
Mais de 150 pessoas morreram nos últimos dez dias, segundo relatos de oposicionistas e grupos de direitos humanos.
Após o ataque, forças leais a Saleh atacaram casas dos líderes tribais, e os confrontos se generalizaram na capital.
A Al Arabiya disse que o governo culpou o grupo tribal pelo ataque, mas eles negaram.
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