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Barras de combustível de reator em risco no Japão estão 100% expostas

Barras de combustível de reator em risco no Japão estão 100% expostas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:52

As barras de combustível em um reator nuclear japonês atingido pelo terremoto que devastou o país na sexta-feira, matando pelo menos 1.800 de pessoas, agora estão totalmente expostas, informou nesta segunda-feira (14) a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., segundo a agência de notícias Kyodo.

A informação se referia ao reator número 2 do complexo Fukushima Daiichi, onde os índices de água do mar usada para resfriamento em volta do núcleo do reator haviam baixado mais cedo durante o dia e, agora, voltaram a baixar. A pressão do ar no interior do reator 2 aumentou subitamente quando a válvula de regulação do ar foi fechada acidentalmente, informou o canal NHK.

Em consequência, foi bloqueada a alimentação de água ao circuito de refrigeração, fazendo nível de água dentro do reator 2 sofrer forte diminuição e impedindo assim o resfriamento das barras, segundo a imprensa local, citando a operadora Tokyo Electric Power (Tepco).

Segundo a Kyodo, ainda havia a possibilidade do derretimento parcial das barras de combustível. Isso aumentaria o risco de danos ao reator e de um possível vazamento nuclear, dizem especialistas. Mais cedo, o governo havia minimizado a possibilidade de uma grande explosão neste reator.

Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.

A informação sobre risco de vazamento ocorre após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU ter informado que o recinto de confinamento do reator 3 da central nuclear de Fukushima 1 está intacto, após ter sido atingido por duas explosões nesta segunda-feira (noite de domingo no Brasil).

"O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional", afirmou a AIEA em um comunicado. Seis pessoas ficaram feridas nas explosões, segundo a agência da ONU, que tem sede em Viena.

As duas explosões desta segunda-feira foram provocadas pelo acúmulo de hidrogênio. Elas deixaram 11 feridos. Uma explosão similar aconteceu no sábado, no edifício do reator número 1 da central, um dia depois do terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste do Japão. Um técnico morreu e 11 ficaram feridos.

Explosão

A  explosão de hidrogênio ocorreu no reator número 3 da usina nuclear número 1 do complexo de Fukushima. Imagens da da rede japonesa de TV NHK mostraram fumaça cinza sobre a área após a explosão. O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, acrescentou que são poucas as possibilidades de haver um vazamento radioativo.

Conforme a agência de notícias japonesa Jiji, que citou como fonte a Tokyo Electric Power, operadora da usina, a explosão não danificou o reator. A notícia da preservação foi confirmada pelo governo.

Desde o terremoto de sexta-feira, engenheiros japoneses trabalham para evitar um desastre nuclear na usina, que foi gravemente danificada durante o tremor. Na usina, localizada na costa nordeste a 200 km de Tóquio, técnicos estão injetando água do mar nos reatores para tentar controlar a temperatura, já que o superaquecimento pode provocar explosões e acidentes. Kan ordenou no fim de semana uma evacuação em um raio de 20 km ao redor de Fukushima.

As autoridades decretaram estado de emergência em uma segunda central nuclear, a de Onagawa (nordeste), depois que foram registrados níveis de radioatividade que superavam os autorizados e que voltaram ao normal, informou em Viena a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Outra central nuclear, a de Tokai, sofreu uma avaria no sistema de refrigeração, mas as bombas de água auxiliares funcionavam e seguiam resfriando o reator, segundo as autoridades.

Alerta mundial

A ameaça de um grande acidente nuclear no Japão trouxe à tona preocupações em outros países a respeito da segurança desse tipo de instalação.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel descreveu a crise no Japão como um momento decisivo para o mundo. Segundo ela, os padrões de segurança nas usinas nucleares alemãs serão revistos. O discurso de Merkel foi feito após um protesto, na véspera, reunir dezenas de milhares de manifestantes, que criticavam o projeto do governo de ampliar o uso dos reatores nucleares do país.

Nos Estados Unidos, o senador Joe Lieberman afirmou que Washington precisa interromper o desenvolvimento de usinas nucleares, até que as lições do que ocorreu no Japão sejam aprendidas.

Rússia

Já o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira que não há ameaça nuclear global após as explosões , informou a agência Interfax. "Em função dos dados dos quais dispomos, não pensamos que exista uma ameaça global", declarou Putin, em referência à situação no Japão.

"Nossos especialistas estão seguros de que não há ameaça para o território russo", completou.        

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