A corte de crimes de guerra da Bósnia condenou nesta quinta-feira, 22, a 31 anos de prisão dois ex-policiais sérvios acusados de colaborar em um genocídio e participar da matança de cerca de 8.000 muçulmanos no povoado de Srebrenica em 1995.
"Radomir Vukovic, de 36 anos, e Zoran Tomic, de 38, eram membros da polícia especial que em parte tinha a intenção de exterminar um grupo de muçulmanos e ajudar a expulsar 40.000 civis do leste do enclave", afirmou o juiz Senadin Bektasevic.
O magistrado declarou que ambos participaram na captura e na execução de ao menos 1000 homens muçulmanos que tentavam escapar de Srebrenica pelos bosques e foram detidos em um galpão da vizinha localidade de Kravice.
"Vukovic e Tomic estavam entre os membros do Ministério do Interior que rodearam e vigiaram o galpão em Kravice em 13 de julho de 1995 e abriram fogo contra os prisioneiros pelas janelas, enquanto Vukovic lançava neles granadas de mão", explicou o juiz.
O painel de juízes não pôde determinar o número exato de homens assassinados no galpão, disse Bektasevic, e acrescentou que até mil foram executados neste dia segundo relatos.
O juiz afirmou que os corpos foram enterrados em fossas comuns cavadas anteriormente, mas os restos foram rapidamente removidos para outro local para esconder o massacre.
Os dois homens também foram considerados culpados de custodiar uma caravana de mulheres, crianças e idosos muçulmanos que foram separados dos homens de suas famílias e expulsos de Srebrenica, segundo o magistrado.
As forças servo-bósnias, comandadas pelo fugitivo general Ratko Mladic, assassinaram cerca de 8.000 homens e meninos muçulmanos bósnios após a "zona segura" protegida pela ONU ter passado para suas mãos no final da guerra da Bósnia (1992-1995).
O Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia em Haia condenou sete servo-bósnios e têm em andamento julgamentos contra outros nove pela pior matança ocorrida na Europa desde a II Guerra Mundial.
A corte de crimes de guerra na Bósnia, estabelecida em 2005 para aliviar o tribunal de Haia, julgou dezenas de servo-bósnios pelo massacre de Srebrenica.
O general Mladic está desaparecido há 14 anos, desde que foi acusado. O líder servo-bósnio durante a guerra, Radovan Karadzic, que enfrenta julgamento em Haia, negou os 11 crimes de guerra contra os quais foi acusado relacionados ao conflito bélico, inclusive o genocídio em Srebrenica.
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