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Calote não é solução para a Grécia, diz diretor do FMI

Calote não é solução para a Grécia, diz diretor do FMI

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:38

Na disputa entre os credores sobre se a Grécia deveria ou não reestruturar sua dívida, o FMI (Fundo Monetário Internacional) é contra.

O diretor de assuntos fiscais do Fundo, Carlo Cottarelli, disse à Folha que a crise grega será resolvida com ajuste fiscal e recuperação da credibilidade, não com uma moratória.

"Temos um programa com a Grécia que não inclui uma reestruturação. Eu acho que a reestruturação não voluntária [da dívida grega] não será uma boa ideia", disse Cottarelli em entrevista exclusiva à Folha, na véspera da divulgação do relatório "Monitor Fiscal", em São Paulo, nesta sexta-feira.

"A principal solução que a Grécia precisa é do ajuste fiscal por um lado e a recuperação da competitividade por outro. Nenhum desses dois é resolvido por default", acrescentou.

Pelas projeções do FMI, o deficit fiscal da zona do euro será de 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, o que significa uma redução em relação ao deficit de 6,1% no ano passado.

O relatório do fundo aponta que o ajuste fiscal que foi "planejado" para a Grécia tem o objetivo de reduzir o deficit do país de 10,4% no ano passado para 7,5% este ano.

O diretor não quis comentar um segundo pacote de ajuda à Grécia nem a liberação da quinta parcela do pacote que já foi assinado no ano passado.

Em junho, a Grécia teria 12 bilhões de euros a receber do FMI e da União Europeia, mas o Fundo ameaça não liberar o dinheiro se os vizinhos europeus não se comprometerem a cobrir a dívida do país se o governo grego não conseguir pagar suas obrigações pelos próximos 12 meses.

Sobre a ajuda à Grécia, Cottarelli se militou a dizer: "Nós continuaremos a apoiar a Grécia com suas políticas se forem as políticas certas. É importante para nós que as políticas estejam sendo seguidas."

ITÁLIA E ESPANHA

O diretor comentou também que Itália e Espanha conseguiram conter a "pressão do mercado" porque adotaram medidas de ajuste fiscal, por isso não estão na mesma situação de Grécia, Portugal e Irlanda. Ele acrescentou que os italianos também conseguiram reduzir os gastos com pensões e saúde com uma reforma do sistema previdenciário.

O deficit fiscal dos países desenvolvidos deve ser de 6,8% este ano, segundo o FMI, contra 7,5% em 2010 e 8,8% em 2009.

Entre os emergentes também deve haver redução do deficit, de 3,7% em 2010 para 2,7% em 2011.

O aumento do deficit público foi uma consequência da crise internacional. A maioria dos países aumentou os gastos do governo para compensar a retração do consumo e dos investimentos e estimular a economia. Em 2009, o deficit mundial foi de 6,7%.

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