Os "camisas vermelhas" iniciaram hoje conversas com o governo da Tailândia para encontrar uma saída para a profunda crise política que levantou uma onda de violência com o resultado de pelo menos 36 mortos.
Weng Tojirakran, membro do estado maior da frente dos chamados camisas vermelhas, disse à imprensa que, por enquanto, as conversas com os representantes do primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, vão por bom caminho.
Os líderes da Frente para a Democracia e contra a Ditadura, ao que pertencem os "camisas vermelhas", propuseram no domingo retomar as conversas em troca de que o Exército retire as tropas das ruas do centro da capital.
Tojirakran assinalou que pela frente as negociações correm a cargo de Veera Musikhapong, considerado o mais destacado líder dos camisas vermelhas, e que reiterou ao governo os pedidos de um cessar-fogo e a retirada dos soldados.
As autoridades tailandesas acusam os camisas vermelhas de realizar atos de terrorismo e por sua vez, a frente que não tem controle sobre certos grupos misturados entre os manifestantes.
O governo do primeiro-ministro, Abhisit Vejajjiva, deu de prazo aos manifestantes até as 15h (horário local, 5h de Brasília) para abandonarem o acampamento, embora não tenha dito se tomará algum tipo de ação após terminado o prazo.
Segundo o governo, atrás das barricadas levantadas pelos manifestantes para se proteger de um eventual ataque das forças de segurança há cerca de 6.000 pessoas.
Um número indeterminado de pessoas, sobretudo mulheres e crianças, deixaram desde sábado passado o acampamento por causa da situação insalubre, da escassez de mantimentos e do temor de um ataque das tropas.
Vítimas
O general Khattiya Sawasdipol, um carismático militar que apoia os "camisas vermelhas", morreu hoje cinco dias após ter sido ferido por um franco-atirador durante os choques com as forças de segurança em Bangcoc.
Sawasdipol estava em coma desde a quinta-feira passada, quando recebeu um tiro enquanto estava atrás das barricadas supervisionando a segurança na base dos manifestantes antigovernamentais, informou a imprensa local.
O general foi a primeira vítima da operação lançada pelo Exército tailandês para cercar os ativistas, que estão há dois meses entrincheirados na cidade para exigir a queda do governo e a convocação de eleições antecipadas na Tailândia.
Sobre ele pesava uma ordem de busca e captura por ter participado da morte de vários soldados durante a batalha campal entre ambos os grupos que no dia 10 de abril manchou de sangue as ruas da cidade.
A situação voltou a piorar na semana passada, e desde a quinta-feira já morreram 36 pessoas nos tiroteios.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições