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Casa Branca: "Decisão de não mostrar fotos de Bin Laden foi unânime"

Casa Branca: "Decisão de não mostrar fotos de Bin Laden foi unânime"

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:45

A decisão de não mostrar as fotos do cadáver de Osama bin Laden foi tomada pelo presidente americano Barack Obama após consultar sua equipe de segurança nacional, disse nesta terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Jim Carney.

Em sua coletiva diária à imprensa, Carney argumentou a favor da decisão de Obama, divulgada mais cedo em entrevista que o presidente concedeu ao programa '60 minutes', da rede americana CBS.

O porta-voz reforçou que os mais altos funcionários do setor ajudaram Obama a decidir que não está nos interesses dos EUA divulgar as imagens, que segundo ele, são muito fortes. "São as fotos de alguém que levou dois tiros na cabeça", argumentou.

"Muitos estão dizendo que isto não passa de uma armação, de um truque americano, e que não é verdade que Bin Laden morreu. A verdade é que o presidente Obama teve a confirmação de que ele está morto. Estamos monitorando a reação mundial e entre a Al Qaeda também não há dúvidas de que ele morreu", disse.

Carney disse ainda que não revelaria mais detalhes sobre a operação do que os já esclarecidos ontem (3), mas comentou sobre a posição de Bin Laden no mundo islâmico e sobre seu funeral.

"O que eu posso dizer é que ele recebeu muito mais respeito do que deu às vítimas do 11 de setembro, porque nós somos assim, esta é a maneira dos EUA de fazer as coisas", afirmou.

Quanto à posição de Bin Laden no mundo islâmico, Carney afirmou que os próprios muçulmanos estavam entre as vítimas do terrorista.

"Ele não era um líder muçulmano. Era um assassino de grande escala, inclusive de muçulmanos", disse.

OBAMA FALA À CBS

"Os riscos da divulgação superam os benefícios", disse Obama, ao programa da CBS que deve ser exibido na noite desta quarta-feira.

"As teorias de conspiração ao redor do mundo vão alegar que as fotos são montagens, de qualquer forma. Há um risco real de que a divulgação das fotos sirva apenas para inflamar a opinião pública do Oriente Médio", completou o presidente, em trechos adiantados no site da emissora.

"Imagine como o povo americano reagiria se a Al Qaeda matasse um de nossos soldados ou líderes militares e colocasse a foto do corpo na internet. Osama bin Laden não é um troféu. Ele está morto e vamos focar agora em continuar a lutar até que a Al qaeda seja eliminada".

Segundo a CBS, que diz ter tido acesso às imagens, a foto do corpo mostra o líder da rede terrorista Al Qaeda com um grande ferimento na cabeça e com perda de massa encefálica.

Na foto, que a Casa Branca qualificou na terça-feira (3) como "truculenta", pode ser visto o ferimento provocado por um projétil que acertou Bin Laden acima de seu olho esquerdo.

Bin Laden, segundo informações do governo americano, recebeu dois disparos à queima roupa ao oferecer resistência à prisão, embora estivesse desarmado. Ele foi atingido na cabeça e no peito por um dos militares da força de elite Seals, que conduziu a operação na casa do terrorista no Paquistão.

Nesta terça-feira, questionado sobre as fotos, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou na terça-feira que a publicação das fotos do corpo de Bin Laden pode ter um efeito "incendiário".

Céticos contudo pressionam os EUA a divulgar as imagens, a única prova de que Bin Laden estaria morto. O corpo do terrorista, que passou mais de dez anos escondido, foi lançado no mar Arábico, para evitar que seu túmulo se transformasse em um santuário.

O corpo de Bin Laden foi identificado pelas autoridades americanas através de técnicas de reconhecimento facial e exame de DNA.

POLÊMICA

Os EUA enfrentam uma grande polêmica sobre a forma com que Bin Laden foi morto. A Casa Branca afirma que não tinha como objetivo primário matar Bin Laden, mas o argumento fica cada vez menos crível.

Pressionado por repórteres, Carney afirmou nesta terça-feira que Bin Laden não estava armado --o que deixou espaço para especulações de um assassinato ao estilo execução.

Carney falou apenas que o terrorista "ofereceu resistência" antes de morrer e que "outras pessoas estavam armadas na casa" --o que justificaria matá-lo e não capturá-lo.

A Casa Branca disse ainda que os militares da força de elite Seals apenas atiraram na perna de uma das supostas mulheres de Bin Laden, mas não a mataram. Ainda na segunda-feira, o governo americano já tinha desmentido relatos iniciais de um assessor de Obama que uma mulher teria servido de escudo humano.

O diretor da CIA, Leon Panetta, confirmou a versão da Casa Branca e afirmou em entrevista à rede de televisão NBC que Bin Laden nunca se rendeu. "Também estava, como parte das regras da operação, que se ele de repente levantasse as mãos e se rendesse, então teríamos a oportunidade, obviamente, de capturá-lo. Mas essa oportunidade nunca foi apresentada", explicou.

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