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Chile: famílias de mineiros têm a sua 'prefeita'

Chile: famílias de mineiros têm a sua 'prefeita'

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:11

"Sabe que, no dia do desabamento, não era para meu irmão trabalhar. Mas ele aceitou uma proposta para ganhar o dobro." A história de como o mineiro chileno Darío Segovia, de 48 anos, acabou se tornando um dos 33 trabalhadores presos na mina San José é contada pela irmã, Maria, de 52 anos. Sentada na tenda ao lado da família, ela parece cansada. "Estou. Faz três noites que não durmo esperando quando a máquina finalmente ia chegar onde eles estão. "

Assim que soube do acidente, ela largou as empanadas que fazia para vender e foi para a mina San José, no Atacama chileno. "Assim como eu, chegaram outras pessoas, mas isso aqui era pura pedra. Não tínhamos barracas e dormíamos numa cadeira, sentados. Tudo muito diferente do que é hoje", conta.

María e outras pessoas começaram a se organizar e fazer daquela mina um lugar habitável - e até agradável. Hoje, ela é chamada de 'prefeita' do acampamento, batizado de Esperança. Darío tem ainda 12 irmãos, além de Maria, que vêm até a mina sempre que podem.

María Segóvio, a 'prefeita' do acampamento Esperança. (Foto: Giovana Sanchez/G1)   Os 33 mineiros - 32 chilenos e um boliviano - ficaram presos depois de um desabamento de terra que bloqueou as saídas, em 5 de agosto. Por 17 dias, eles ficaram incomunicáveis. Depois de muitas tentativas, conseguiu-se saber que estavam vivos e bem, todos em um abrigo a 700 metros de profundidade.

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E qual é a diferença do acampamento de dois meses atrás e o de hoje, além do número de pessoas? "Virou uma família. E a nossa família ficou mais unida."

Separada, mãe de quatro filhos, ela diz que só saiu duas vezes da mina, nesses 66 dias. "Fiz uma promessa para mim mesma, de que estaria aqui até o último mineiro sair. E assim vai ser. Não sei como ele vai sair. Mas quando quiser me ver, estarei aqui para ele."     Giovana Sanchez Do G1, na Mina San José

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