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Com 99 mortes, Otan tem mês mais violento da guerra no Afeganistão

Com 99 mortes, Otan tem mês mais violento da guerra no Afeganistão

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:23

O mês de junho tornou-se o mais violento para as tropas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) desde o início da guerra contra o grupo islâmico radical Taleban, no Afeganistão. Segundo contagem da agência, citada pela agência de notícias Associated Press, 99 militares da aliança atlântica morreram em ataques e combates neste mês, 56 deles americanos.

O recorde anterior era de agosto de 2009, quando 77 militares morreram. Para os Estados Unidos, país que lidera a guerra e tem o maior contingente no país, o mês mais mortal foi em outubro de 2009, com um total de 59 mortos. Atualmente, há cerca de 150 mil soldados estrangeiros no país.

Nesta segunda-feira, o Ministério de Defesa do Reino Unido afirmou que um soldado que trabalhava na unidade de explosivos foi morto em um combate com insurgentes na Província de Helmand, uma das mais violentas do país.

Segundo o ministério, o soldado fazia parte do 101 Regimento de Engenharia e trabalhava no distrito de Nahr-e Saraj quando foi morto, neste domingo.

Militares americanos fazem patrulha na vila de Gorgan, no Afeganistão; Otan vive mês mais violento da guerra

O ministério não divulgou o nome do soldado, mas disse que a família já foi informada. Ele foi o 20º soldado britânico morto neste mês no Afeganistão. No sábado (26), um outro militar britânico morreu em uma explosão no mesmo distrito. No total, 309 britânicos foram mortos no país desde o começo das operações em outubro de 2001.

Já no domingo, em um dos mais graves ataques deste mês, quatro militares noruegueses morreram na explosão de uma bomba caseira colocada em um caminhão. Segundo o Ministério de Defesa da Noruega, os militares faziam parte das forças de estabilização no norte do país - que perdeu cinco militares desde o início da guerra.

Também no domingo, dois militares americanos foram mortos em uma operação conjunta das tropas afegãs e americanas contra insurgentes, na Província de Kunar (noroeste).

Segundo contagem da agência de notícias Reuters, que usa números dos governos e de instituições independentes, foram 1.875 militares estrangeiros mortos nestes oito anos de guerra. Os Estados Unidos tiveram 1.139 mortes entre suas forças. Outros 150 militares mortos eram canadenses, 44 franceses, 43 alemães, 33 dinamarqueses e o resto de outros países.

Momento difícil

O recorde trágico acontece em um momento difícil para a liderança americana na guerra aos talebans afegãos. Há alguns dias, o mais alto general americano no Afeganistão, Stanley McChrystal, foi demitido por criticar a administração. Arquiteto da estratégia de guerra de Obama, ele foi substituído pelo general David Petraeus, grande nome da guerra no Iraque.

O estopim foi uma reportagem em que McChrystal e seus auxiliares são citados ridicularizando o presidente dos EUA, Barack Obama, e alguns de seus alto conselheiros., McChrystal foi convocado a Washington, onde teve de explicar seu ''enorme erro de julgamento'' diretamente ao presidente, disse o porta-voz de Obama.

Na edição da revista Rolling Stones, auxiliares de McChrystal chamam um alto representante de Obama de ''palhaço'', e outro de ''animal ferido''. O general também fez comentários depreciativos sobre o vice-presidente Joe Biden, e sobre o enviado especial dos EUA ao Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke.

Pentágono

O recorde vem ainda em um momento extremamente delicado para o Pentágono, sob críticas por sua estratégia para virar o jogo na guerra do Afeganistão --que viu um aumento nos ataques violentos dos insurgentes.

O Pentágono vai tentar convencer o país nesta semana de que a guerra permanece no rumo certo. Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, deve testemunhar nesta terça-feira diante de um comitê do Senado. Esta será a primeira aparição de Petraeus desde que assumiu o posto de McChrystal.

Neste domingo, lamentando o que chamou de ''muita obsessão'' sobre a data de retirada das tropas do país (julho de 2011), Obama defendeu sua estratégia de guerra e disse que os EUA vão ajudar os afegãos por um longo tempo.

''Eu acho que neste momento o debate sobre o Afeganistão é apresentado de forma em que ou deixamos o país imediatamente, porque não há chance de um resultado positivo, ou ficamos basicamente indefinidamente'', disse Obama, que defendeu seu calendário para a guerra aos talebans.

A escolha de Petraeus, afirmam analistas, é um sinal de que a estratégia para a guerra não vai mudar de maneira significativa. Mas os legisladores ficarão de olho para ver que outras mudanças podem estar reservadas, ''Esta é uma chance de começar de novo completamente'', disse o senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul.

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