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Comércio na Cidade do México perde R$ 240 milhões por dia com a gripe

Comércio na Cidade do México perde R$ 240 milhões por dia com a gripe

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

O comércio na Cidade do México está perdendo 1,5 bilhão de pesos por dia (cerca de R$ 240 milhões), por causa do fechamento de cinco dias de lojas e empresas ordenado pelo governo por causa da gripe suína.

A estimativa é da Confederação Patronal da República Mexicana, que disse ainda temer o fechamento de micro e pequenas empresas em consequência da situação econômica do país.

Restaurantes, bares e todo o setor de lazer e entretenimento foram afetados pelas medidas de prevenção do governo, que proibiu estes estabelecimentos de funcionar até a próxima quarta-feira, 6 de maio.

O governo do México afirmou que epidemia de gripe suína vem causando grandes prejuízos à economia do país, mas disse que ainda não é possível saber o tamanho do estrago.

Na noite de segunda-feira, 4 de maio, o presidente Felipe Calderón disse que a saúde dos mexicanos é o mais importante, mas que é preciso pensar também na recuperação do crescimento econômico do país o mais rápido possível. O México é um dos países mais afetados pela crise econômica mundial.

"Por isso já foram dadas instruções aos membros do gabinete econômico para que desenhem uma série de medidas destinadas a minimizar o impacto (da epidemia) sobre a atividade econômica do México", disse.

Desde que foi dado o alarme por causa do surto, vários setores foram obrigados a parar ou diminuir suas atividades. As indústrias passaram a operar com menos funcionários e em sistema de turnos e as empresas mantiveram apenas as operações essenciais ou aquelas que pudessem ser realizadas de casa por seus empregados.

Outra preocupação, apontada por analistas, é em relação à remessa de divisas dos mexicanos que trabalham nos Estados Unidos. Se até há alguns meses havia esperança de recuperação da economia americana e, com ela, o regresso dos trabalhadores mexicanos dispensados nos últimos meses, esta possibilidade parece cada vez mais remota.

Turismo

O setor de turismo, uma das principais fontes de renda do país, se viu imediatamente afetado pela crise e, com a imagem do México comprometida em todo o mundo, não espera se recuperar tão depressa.

Os hotéis da capital indicam uma taxa de ocupação de menos de 10%, o que, para a Câmara de Comércio, Serviços e Turismo da Cidade do México representa uma perda diária de 777 milhões de pesos (aproximadamente R$ 125 milhões). Em destinos turísticos como Cancún, Cozumel ou Los Cabos, reservas para os próximos meses foram canceladas.

O setor aéreo, que já vinha enfrentando uma queda na demanda superior a 20% por conta da recessão econômica, também se viu afetado pela epidemia.

Além de voos cancelados, as companhias aéreas ainda estão tendo que lidar com a medida adotada por alguns países de proibir voos provenientes de e com destino ao México.

"Mas seguiremos promovendo o México, principalmente nas próximas feiras e exposições internacionais, como as de Londres, Atlanta, Chicago, Shangai e Los Angeles", disse o Ministro da Economia, Gerardo Ruiz.

Outro setor que já sente os resultados negativos do surto é o de produtos suínos. Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter confirmado que o consumo de carne de porco não é um meio de transmissão da doença, a venda do produto caiu mais de 80% no país e, segundo o governo, algumas nações resolveram cancelar as importações de carne suína mexicana.

"Acudiremos à Organização Mundial do Comércio para expressar nosso desacordo com as restrições impostas por alguns países ao acesso de produtos suínos do nosso país", disse Ruiz.

Lucros com a crise

No entanto, durante estes dias de alerta no México, alguns setores obtiveram resultados positivos, como as redes de comida fast-food e os supermercados. Com o fechamento de 35 mil restaurantes na Cidade do México até a próxima quarta-feira e o cerco aos vendedores informais, os moradores não tiveram outra opção a não ser comer em casa.

Na semana passada, diante da possibilidade de uma quarentena, os mexicanos se dirigiram aos supermercados, inclusive de madrugada. Diante da situação, a própria Associação Nacional de Lojas de Auto-serviço e de Departamentos emitiu um comunicado pedindo que se evitassem "compras de pânico". A entidade, que agrupa mais de 17 mil lojas no país, assegurou que todos seus estabelecimentos permaneceriam abertos.

As farmácias não puderam responder à demanda de produtos vitamínicos, antigripais, antibactericidas e, principalmente, de máscaras de proteção. O setor estima que nos últimos dias houve um aumento de 300% nas vendas em função da gripe suína. Consultórios e hospitais privados também reportam aumento no número de pacientes que, preocupados com a epidemia, acudiram aos médicos.

Durante o feriado prolongado, que termina nesta terça-feira, outro serviço que registrou ganhos foi o das locadoras de filmes. Sem opções de lazer nas ruas, 150 mil pessoas reativaram suas contas na rede Blockbuster, que elevou em 100% suas vendas.

Ações

O ministro da Economia disse que nos próximos dias serão anunciadas diversas medidas que estão sendo analisadas para ajudar os setores mais afetados pela epidemia. "E teremos que colocá-las para funcionar imediatamente."

Na semana passada, o ministro da Fazenda do México, Agustín Carstens disse que é impossível ter um índice diário do efeito da epidemia na economia do país. O impacto, disse, "vai depender certamente da duração e propagação da epidemia".

Mas, segundo o ministro, seria um impacto de curto prazo. "Estaria concentrado nos serviços e a recuperação seria rápida. E a razão principal é que diante deste choque a infraestrutura do país, sua capacidade produtiva, não se vê afetada em sua essência."

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