Os confrontos entre agricultores que se opõem às concessões de mineração e a polícia deixaram pelo menos 80 feridos, dois deles em estado grave, na região andina de Apurímac, no Peru , informou nesta quinta-feira (10) a imprensa local.
Os choques aconteceram depois do fracasso do diálogo iniciado por uma comissão governamental que chegou à região presidida pelo ministro da Agricultura, Miguel Caillaux.
A agência oficial "Andina" afirmou depois que os enfrentamentos deixaram 80 feridos, 15 deles policiais, e anunciou que nas próximas horas chegarão mais reforços das forças de segurança.
Além disso, o Ministério da Saúde enviará uma equipe para apoiar o trabalho dos médicos locais. No entanto, outros meios de comunicação locais declararam que os confrontos haviam deixado até três mortos, o que foi negado pelo chefe da polícia, Efraín Barragán. "A área está controlada pela polícia. Estamos patrulhando a cidade para evitar ações de vandalismo, mas a situação está controlada", acrescentou.
Depois que a comissão enviada pelo governo abandonou a cidade sem fechar um acordo, os agricultores em greve há oitos dias iniciaram um protesto violento que foi rechaçado pela polícia com gás lacrimogêneo e tiros para o ar.
Um comunicado do Ministério da Agricultura garantiu que o diálogo com as autoridades e os agricultores aconteceu durante quatro horas e que o ministro Caillaux reiterou o compromisso do governo de lutar contra a mineração ilegal.
Os grevistas das províncias de Andahuaylas e Chincheros exigem que seu território seja declarado livre de mineração com a anulação de projetos das empresas Ares e Apurímac Ferrum, em fase de prospecção, e da mineração ilegal.
O presidente regional de Apurímac, Elías Segóvia, afirmou que é preciso uma maior coordenação do governo para solucionar as reivindicações contra as mineradoras.
Segóvia também disse que existem mais de 500 concessões para mineração em Apurímac e que em sua maioria se encontram em fase de prospecção.
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