O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, presidido pelo ministro da Defesa, general Mohamed Husein Tantaui, está reunido desde o início da manhã desta sexta-feira (11), informou a agência de noticias estatal Mena. Está previsto que, após o encontro, o Conselho emita um comunicado dirigido ao povo egípcio. O encontro ocorre depois que o presidente do Egito, Hosni Mubarak, decepcionou os manifestantes que esperavam sua renúncia imediata e confirmou, em discurso na TV na noite de quinta, que pretende continuar no governo até setembro, à frente da transição de poder. Ele também disse que iria transferir poderes ao seu vice, Omar Suleiman. Sameh Shoukr, embaixador do Egito nos EUA, explicou que Mubarak transferiu todos os poderes da presidência para seu vice, mas permanece do chefe de Estado "de jure" (de direito). Questionado pela rede CNN se Mubarak continuava chefe de Estado, Shoukry explicou: "Ele continua chefe de estado de jure (de direito). Suleiman é o presidente 'de fato'", disse. O embaixador disse que esta versão lhe foi contada pelo próprio Suleiman. A decisão de Mubarak de ficar durante a transição irritou ainda mais a população local. Milhares de pessoas passaram a noite na praça Tahrir. Nesta sexta, os protestos devem se intensificar, e a estimativa é de que 20 milhões saiam às ruas para pedir exigir a renúncia do presidente.
Em um discurso de tom patriótico, Mubarak afirmou que a transição no Egito em crise vai ocorrer "dia após dia" até as eleições presidenciais marcadas para setembro. Ele prometeu proteger a Constituição durante todo o processo. Mubarak disse que propôs emendas aos artigos 76, 77, 88, 93 e 189, e cancelou o 179, que dava poderes extras ao governo em caso de combate ao terrorismo.
O presidente afirmou que iria transferir poderes a Suleiman, segundo a Constituição, mas não esclareceu quando, até que ponto ou de que maneira isso ocorreria.
Em discurso posterior ao de Mubarak, Suleiman, -que já vinha liderando as negociações com a oposição- se comprometeu a tentar fazer "uma transição pacífica de poder" e pediu que os manifestantes acampados no Cairo voltem para casa.
A transferência de poder ao vice, segundo o ex-general, seria uma demonstração de que as reivindicações dos manifestantes estavam sendo respondidas pelo diálogo, e que as conversas com a oposição levaram a um "consenso preliminar" para resolver a crise.
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