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Coreia do Norte volta a ameaçar e EUA pedem apoio da Ásia a sanções

Coreia do Norte volta a ameaçar e EUA pedem apoio da Ásia a sanções

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

Após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) -- o mais alto tribunal da ONU (Organização das Nações Unidas) -- ter decretado que a independência de Kosovo foi legal, a Sérvia anunciou que "jamais" reconhecerá a sentença e que vai apostar na Assembleia Geral das Nações Unidas para criticar a decisão.

O presidente sérvio, Boris Tadic, disse que o veredito da Corte de Haia não mudará em nada a posição de Belgrado e que a Sérvia "jamais" reconhecerá a independência de Kosovo, que considera uma de suas Províncias.

O revés diplomático foi ainda maior porque as autoridades pró-europeias de Belgrado apostavam em uma decisão da CIJ para enfrentar a proclamação da independência de Kosovo, realizada no dia 17 de fevereiro de 2008.

Após intensos esforços diplomáticos, Belgrado obteve da Assembleia Geral da ONU, em outubro de 2008, que a CIJ se pronunciasse sobre a legalidade ou não da proclamação de Kosovo.

Desde então, a Sérvia não economizou esforços para impedir que a comunidade internacional reconhecesse a independência de Kosovo.

As autoridades de Kosovo festejaram os desdobramentos da decisão da CIJ, com o reconhecimento de mais países e a perspectiva de integração de Kosovo à União Europeia, Otan e ONU.

Mas o presidente sérvio garante que o combate ainda não terminou e que os esforços de Belgrado se concentrarão na Assembleia Geral das Nações Unidas, prevista para setembro.

A Coreia do Norte voltou a ameaçar nesta sexta-feira uma "resposta física" aos Estados Unidos e Coreia do Sul pelos exercícios militares conjuntos na mar Amarelo, na fronteira entre as Coreias. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reagiu pedindo a Pyongyang que pare com as provocações e aos países asiáticos que apoiem as sanções da Otan ONU (Organização das Nações Unidas) para pôr fim ao programa nuclear norte-coreano.

No Fórum de Segurança da Ásia, realizado em Hanói, o porta-voz da delegação norte-coreana, Ri Tong Il, criticou os exercícios militares como uma violação da soberania de Pyongyang e disse que levava a região de volta à política de "diplomacia naval armada" do século 19.

"Os exercícios serão outra expressão de hostilidade contra a Coreia do Norte. Haverá resposta física contra a ameaça imposta militarmente pelos Estados Unidos", disse Ri a repórteres.

Na véspera, a Coreia do Norte já havia condenado o anúncio das sanções americanas e classificou de ameaças os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul de ameaça à paz mundial.

Hillary respondeu dizendo que os EUA estão dispostos a se reunir com os norte-coreanos e dialogar, mas que este tipo de ameaça apenas aumenta as tensões. Neste cenário, continuou, o progresso das negociações parece pouco provável.

"É estressante quando a Coreia do Norte mantém as ameaças e causa tanta ansiedade entre seus vizinhos e na região. Mas nós demonstraremos novamente com nossos exercícios militares que os Estados Unidos estão ao lado da defesa da Coreia do Sul e continuarão assim", disse a secretária americana.

Em seu discurso, Hillary disse que Pyongyang deve "mudar fundamentalmente de comportamento e respeitar seu compromisso de desnuclearização" adotado em 2005.

"A fim de incentivar a Coreia do Norte a tomar as medidas que deve tomar, convidamos com veemência nossos amigos e aliados do Fórum de Segurança da Ásia a continuar aplicando as sanções da ONU, de forma plena e transparente", acrescentou Hillary.

SANÇÕES

O Fórum de Segurança da Ásia conclui com uma reunião ministerial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Além dos dez membros do bloco, participam outros 17 países, entre eles os seis que fazem parte das negociações sobre o programa nuclear norte-coreano, bloqueadas há mais de um ano: Estados Unidos, as duas Coreias, China, Japão e Rússia.

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) adotou uma resolução que sanciona a Coreia do Norte por suas atividades nucleares militares. O país asiático fez dois testes atômicos, o primeiro em 2006 e outro em 2009.

Hillary não se referiu, em seu discurso, às sanções complementares americanas, anunciadas na quarta-feira em Seul. Mas insistiu na ameaça que, segundo ela, representa Pyongyang para a região.

"Aqui, na Ásia, uma Coreia do Norte isolada e belicosa se lançou numa campanha de comportamentos provocativos e perigosos, incluindo um ataque contra o barco militar sul-coreano Cheonan", acusou a secretária de Estado.

A península coreana está em plena crise desde o naufrágio, em março, da corveta sul-coreana Cheonan. Washington e Seul, amparando-se numa investigação internacional, afirmam que a embarcação foi afundada por um torpedo disparado por um submarino norte-coreano. Pyongyang nega energicamente qualquer envolvimento no incidente, que matou 46 marinheiros sul-coreanos.

Segundo o mesmo Ri, para Pyongyang, as sanções "violam" a declaração adotada pelo Conselho de Segurança da ONU após o naufrágio da corveta. A declaração lamenta o naufrágio e evita condenar diretamente o regime comunista, cedendo à pressão de sua aliada, a China.

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