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Presidenta deve fazer anúncio ligado ao conflito pelas ilhas, sob domínio britânico e cuja soberania a Argentina reivindica
A presidenta argentina, Cristina Kirchner, vai liderar na noite desta terça-feira um ato com ex-combatentes da Guerra das Malvinas, em meio ao aumento das tensões com o Reino Unido pela soberania das ilhas, informaram fontes oficiais.
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A presidenta argentina, Cristina Kirchner, fala durante evento em Buenos Aires ao retomar atividades após licença médica por cirurgia na tireoide (25/01)
Foto: Reuters
Cristina convocou governadores, prefeitos, parlamentares, empresários, funcionários públicos e representantes das organizações à Casa Rosada, onde deve fazer um anúncio ligado ao conflito pelas Malvinas, sob domínio britânico e cuja soberania a Argentina reivindica.
Nas últimas semanas, às vésperas do 30º aniversário da guerra travada entre o Reino Unido e a Argentina pelas Malvinas, Londres e Buenos Aires aumentaram a disputa pela soberania das ilhas, com 2.913 habitantes, onde desde quinta-feira está o príncipe William.
O Reino Unido anunciou na semana passada que vai enviar em breve às Malvinas um de seus navios de guerra mais modernos, o destróier HMS Dauntless, apesar de informar que a operação havia sido planejada há muito tempo.
Diplomatas britânicos consideram que a Argentina tenta organizar um bloqueio econômico às Malvinas e impedir a saída do único voo da LAN Chile que liga as ilhas ao continente americano, afirmou na semana passada o jornal The Guardian.
Enquanto a situação segue tensa entre os dois países, os habitantes das Ilhas Malvinas parecem estar à margem dos últimos acontecimentos. A menos de dois meses de competar-se 30 anos do conflito armado, no dia 2 de abril, os moradores da ilha continuam com sua rotina.
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"De alguma maneira estamos ao corrente do que está acontecendo, mas isso não afeta minha vida habitual", disse à Agência Efe Sebastián Socodo, um dos poucos argentinos a viver nas ilhas, ocupadas pelos britânicos desde 1833 e cuja soberania é reivindicada pela Argentina.
Para Socodo, casado com uma nativa das Malvinas e que vive no arquipélago há uma década, a escalada de declarações entre o Executivo de David Cameron e o de Cristina Kirchner não afeta "em absolutamente nada" a realidade dos habitantes das ilhas.
O aumento da tensão também não impediu a chegada do príncipe William para continuar sua instrução militar como copiloto de helicópteros de resgate. A presença de William tampouco chamou a atenção dos habitantes do arquipélago, que fica no Atlântico Sul.
"Os habitantes das Malvinas apreciam sua presença, mas da mesma forma como apreciam as de todas as tropas britânicas", contou à Efe a jornalista Lisa Watson, do semanário local Penguin News.
Em declarações à Rádio 10, de Buenos Aires, Dick Sawle, membro da Assembleia Legislativa das Malvinas, avaliou que as novas trocas de acusações entre os governos de Argentina e Reino Unido são apenas "uma guerra de palavras, nada mais".
Essa "guerra de palavras" teve início há algumas semanas, quando Cameron acusou a Argentina de ser um país "colonialista", no que Buenos Aires denunciou Londres por "depredar" os recursos naturais das ilhas que "pertencem à Argentina" e ignorar as resoluções das Nações Unidas.
Na sequência, Londres anunciou o envio do HMS Dauntless, o destróier mais moderno da Marinha Real britânica, "uma ostentação desnecessária de poder de fogo", segundo a posição dos argentinos.
Com EFE
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