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Depois da morte de Bin Laden, EUA reavaliam estratégia no Afeganistão

Depois da morte de Bin Laden, EUA reavaliam estratégia no Afeganistão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:43

A morte de Osama bin Laden desencadeou uma reavaliação da guerra no Afeganistão e do esforço mais ampla de combate ao terrorismo, com o Congresso, os militares e o governo Obama pesando os objetivos, estratégias, custos e autoridade de base de um conflito que já dura quase uma década.

Dois senadores influentes – John Kerry, de Massachusetts, e Richard G. Lugar, Indiana – sugeriram na terça-feira que chegou a hora de repensar o esforço de guerra no Afeganistão, o possível início do que promete ser um debate feroz sobre a rapidez com que os Estados Unidos devem começar a retirada de suas tropas do país.

"Nós deveríamos estar trabalhando para chegar ao menor tamanho necessário, uma presença que coloque os afegãos no comando e os pressiona a assumir a tarefa", disse Kerry, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, em uma audiência. "Não se engane, é fundamentalmente insustentável continuar gastando US$ 10 bilhões por mês em uma grande operação militar sem fim à vista”.         Tanto Kerry quanto Lugar, republicano que também faz parte do comitê, disseram que continuam a se opor a uma retirada precipitada.

Ainda assim, "o amplo escopo das nossas atividades sugere que estamos tentando refazer a cultura econômica, política e de segurança do Afeganistão –, mas esse objetivo ambicioso está além do nosso poder", disse Lugar. "Uma reavaliação da nossa política para o Afeganistão deve ser feita com base nosso conjunto de interesses geoestratégicos estar sendo cumprido com o gasto de cerca de US$ 10 bilhões por mês no país era necessária antes mesmo da morte de Bin Laden".

No Pentágono, no entanto, os oficiais argumentam que, em vez de usar a morte de Bin Laden como uma justificativa para a retirada, os Estados Unidos devem manter a atual estratégia no Afeganistão para garantir ganhos adicionais e continuar a pressionar o Taleban a negociar uma reconciliação política.

No Congresso, há um debate sobre a autoridade subjacente utilizada por dois governos sucessivos para travar a guerra pós-11 de setembro contra as organizações terroristas e seus apoiadores.

Projeto de lei

O Comitê de Serviços Armados da Câmara deverá analisar um projeto de lei de autorização de defesa que inclui uma nova autorização para o governo usar a força militar na guerra contra o terrorismo. A oferta desencadeou uma discussão sobre essa ser uma mera atualização – ou uma expansão – do poder que o Congresso concedeu ao Executivo em 2001.

A nova autorização para o uso da força militar contra a Al-Qaeda foi anunciada pelo presidente da comissão, o representante Howard P. McKeon, republicano da Califórnia. A comissão deve votar em alterações dessa lei na quarta-feira.

A disposição estabelece que o Congresso "afirma" que "os Estados Unidos estão envolvidos em um conflito armado com a Al-Qaeda, o Taleban e forças associadas" a esses grupos, e que o presidente está autorizado a usar a força militar – incluindo prisões sem julgamento – de membros e apoiadores dessas forças.

'Inimigo'

Essa linguagem, que codifica em legislação federal a definição do inimigo que o governo Obama adotou na defesa contra ações movidas por detentos de Guantánamo Bay, suplantaria a autorização de força militar existente que o Congresso aprovou esmagadoramente em 14 de setembro de 2001. Em vez disso, indicaria o inimigo como os autores dos ataques de 11 de Setembro.

Os críticos reagiram com preocupação diante do que veem como um esforço para consolidar em lei federal uma autoridade inequívoca para o Poder Executivo na guerra contra os terroristas que são considerados associados da Al-Qaeda, mas que não têm elos claros com os ataques do 11 de Setembro.     Em uma carta conjunta ao Congresso Nacional, cerca de duas dezenas de grupos – incluindo o American Civil Liberties Union e o Center for Constitutional Rights – sustentaram que a proposta equivale a um subsídio aberto de autoridade ao Executivo, legitimando uma guerra interminável do Iêmen à Somália e além. "Essa legislação monumental – com uma delegação de poder em grande escala e praticamente irrevogável do Congresso ao presidente – pode comprometer os Estados Unidos com uma guerra mundial sem inimigos claros, sem quaisquer limites geográficos" e "sem qualquer limite relativo ao tempo ou objetivo específico a ser alcançado", advertiu a carta.

Mas McKeon argumentou em comunicado que a provisão apenas codifica a interpretação do governo Obama de sua autoridade legal para enfrentar a ameaça da Al-Qaeda em virtude da sua fragmentação e evolução ao longo da última década. "Esse projeto de lei não expande o esforço de guerra", disse ele. "Em vez disso, a legislação alinha melhor as velhas autoridades judiciais para prender e processar aqueles que pretendem atacar a América com as ameaças que o nosso país enfrenta hoje”.

O presidente Barack Obama em breve começará a estudar planos para cumprir sua promessa de começar a retirar as tropas americanas do Afeganistão em julho. O general David H. Petraeus, comandante sênior no Afeganistão, deve apresentar em breve as suas opções para fazer cumprir a ordem de Obama.      

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