O desfecho da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU ainda é imprevisível, mas o clima, ao menos entre a delegação brasileira, é de desânimo em relação ao fechamento de um acordo climático, conforme apurou o G1, depois do discurso do americano Barack Obama, que não avançou em relação ao que sua secretária de estado, Hillary Clinton, já havia anunciado na quinta-feira - que seu país participaria de um fundo que financie US$ 100 bilhões ao ano a partir de 2020, mas exigindo que os países desenvolvidos informem sobre as ações empreendidas com o dinheiro, o que é rejeitado por alguns deles.
Embora falte pouco tempo para o fim oficial da COP 15, fala-se da possibilidade de um encontro bilateral entre Lula e Obama ainda nesta sexta, dia 18.
Uma alternativa para o fim da conferência será a assinatura de uma espécie de declaração política para um acordo climático efetivo futuro. Mas pode acontecer, também, que nada seja assinado e os líderes mundiais saiam de mãos vazias do encontro. A Índia, por exemplo, defendeu a prorrogação das discussões para 2010.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso, disse que o Brasil está disposto a oferecer dinheiro para um fundo internacional de financiamento de medidas de adaptação e redução de emissões nos países pobres. "Se for necessário o Brasil fazer um sacrifício a mais estamos dispostos a participar do financiamento", disse.
O presidente brasileiro foi enfático ao afirmar que estava frustrado com os resultados obtidos até agora. O tom de crítica dominou a fala de Lula. "Confesso que estou um pouco frustrado porque discutimos a questão do clima e cada vez mais constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar."
Dirigindo-se ao presidente da COP 15, Lars Lokke Rasmussen, e ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Lula disse que "adoraria sair com o documento mais perfeito do mundo. Mas se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até agora", disse o presidente.
No centro de imprensa da conferência, jornalistas de diferentes países reagiram com surpresa à dureza do discurso. Alguns chegaram a aplaudi-lo.
Por: Dennis Barbosa
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