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Divulgação de resultado eleitoral provoca protestos em Cabul

Divulgação de resultado eleitoral provoca protestos em Cabul

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:06

Autoridades eleitorais afegãs anunciaram nesta quarta-feira a maioria dos resultados da eleição parlamentar de 18 de setembro, mas novos protestos nas ruas e a desqualificação de mais três candidatos abalaram ainda mais a credibilidade do pleito, que já vinha sendo criticado por suspeitas de fraude.

Passadas mais de dez semanas da votação, a Comissão Eleitoral Independente (CEI) havia prometido divulgar todos os resultados, mas o presidente do órgão, Fazl Ahmad Manawi, disse que os dados referentes às 11 cadeiras parlamentares da volátil província de Ghazni, a sudoeste de Cabul, ainda precisam ser determinados.

A comissão anunciou os resultados das outras 33 províncias e da vaga parlamentar que cabe aos nômades kuchis. Ao todo, foram declarados os vencedores de 238 das 249 vagas da Wolesi Jirga (câmara baixa do Parlamento).

Uma porta-voz da CEI disse que o novo Parlamento pode tomar posse "em uma semana".

A CEI informou também que mais três candidatos vencedores tiveram suas candidaturas cassadas devido a irregularidades, elevando o total a 24.

Apesar das suspeitas generalizadas de fraude e dos apelos dos manifestantes para que a eleição seja anulada, a porta-voz disse que não haverá outra eleição.

Dezenas de pessoas saíram às ruas de Cabul nesta quarta-feira para protestar contra um processo eleitoral que elas consideraram corrupto e vergonhoso. Perto do palácio do governo, havia cerca de 150 manifestantes, observados por tropas de choque. "Parlamento sequestrado = colapso da democracia" e "A CEI é inimiga da democracia", diziam cartazes no local.

O presidente Hamid Karzai criticou a manifestação. "Bloquear a rua e causar violência porque eles não conseguiram uma vaga (parlamentar) não é a coisa certa a fazer e é um gesto malicioso contra o país", disse.

As suspeitas em torno do processo eleitoral - depois das fraudes generalizadas na eleição presidencial do ano passado - podem influir na avaliação da estratégia militar norte-americana no Afeganistão, a ser conduzida em dezembro pelo presidente Barack Obama.

Os manifestantes alertam que, se as autoridades ignorarem suas queixas contra a votação, elas estarão estimulando a insurgência contra o governo.

"Não importa quem está ganhando ou perdendo, vamos continuar a protestar até que as autoridades no governo nos ouçam e o povo afegão saiba da fraude generalizada que aconteceu nesta eleição", disse o deputado Noor ul Haq Olomi, da província de Kandahar (sul), reduto da insurgência do Taliban.

A eleição foi disputada por cerca de 2.500 candidatos. A Comissão de Queixas Eleitorais, um órgão mantido pela ONU, disse no domingo que quase 10 por cento dos candidatos vencedores seriam desqualificados por fraudes.

Comissão de Queixas recebeu mais de 6.000 reclamações, e a CEI anulou mais de um quarto dos 5,6 milhões de votos.

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