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Egito tenta esconder número de mortos em conflitos, diz ONG

Egito tenta esconder número de mortos em conflitos, diz ONG

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:57

A entidade de direitos humanos Human Rights Watch afirma que o serviço de Saúde controlado pelo governo do Egito vem tentando ocultar o número de mortos nos conflitos registrados no país desde o último dia 25 de janeiro, quando manifestantes contrários ao presidente Hosni Mubarak foram às ruas exigindo a sua saída do poder.

De acordo com a entidade, um total de 297 pessoas já morreram nos choques, mas os órgãos de Saúde estatais não divulgaram uma cifra oficial abrangente de mortos.

A Human Rights Watch diz ter obtido essa cifra por meio de várias visitas realizadas a sete hospitais nas cidades de Cairo, Alexandria e Suez.

Segundo Heba Morayef, a pesquisadora da entidade respónsável pelo Cairo, o número de mortos deve aumentar.

A Human Rights Watch afirma que muitos das pessoas que morreram foram vítimas de ações da polícia para conter os conflitos, como disparar contra a multidão ou fazer uso de balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio à queima roupa.

Maged Boutros, um integrante do partido político no poder do Egito, o Partido Nacional Democrático (PND), disse em entrevista à BBC que ''o uso de força pela polícia é rejeitado e condenável por qualquer partido, inclusive pelo PND". "Investigações estão sendo realizadas pelo Ministério do Interior egípcio, para saber as razões que levaram à essa violência'', disse.

De acordo com Boutros, no primeiro dia de protestos, o dia 25, ''a polícia realmente protegeu os manifestantes". "Mas quando a violência eclodiu, quando edifícios e estações de polícia começaram a ser queimadas, quando saques e assassinatos começaram a ocorrer, a polícia teve de proteger, de certa forma, a si mesma contra vândalos'', disse.

Decreto

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anunciou nesta terça-feira, na TV estatal egípcia, que o presidente do país, Hosni Mubarak, assinou um decreto pedindo a formação de uma comissão que irá supervisionar a introdução de emendas à Constituição do país.

De acordo com Suleiman, Mubarak também incumbiu o primeiro-ministro do país de criar um comitê que responderia pela implementação dos acordos entre os participantes do chamado ''diálogo nacional'' - as conversações firmadas entre integrantes do governo e membros da oposição.

No domingo, Suleiman, recentemente indicado para o cargo de vice, se encontrou com grupos oposicionistas, entre eles a poderosa Irmandade Muçulmana, para discutir a adoção de possíveis reformas.

O governo ofereceu uma série de concessões durante as negociações no último domingo, mas a oposição diz que elas não foram suficientes.

Mubarak teria ainda pedido a criação de um terceiro comitê para investigar os atos de violência que aconteceram na última quarta-feira, quando manifestantes contrários ao governo e partidários do regime se enfrentaram na região central do Cairo, na praça Tahrir.

Na segunda-feira, o novo gabinete de governo do Egito - reformulado em 31 de janeiro, depois da saída de diversos ministros - se reuniu pela primeira vez após duas semanas de protestos populares contra o governo Mubarak.

Na reunião, os ministros discutiram medidas para estabilizar a economia do país, que sofre o impacto da crise política.

Segundo os meios de comunicação estatais, o governo anunciou um aumento de 15% nos salários e pensões dos servidores públicos a partir de abril.

No entanto, a libra egípcia, que já havia se desvalorizado 17% desde o início dos protestos, caiu mais 1,5% na abertura dos negócios nesta segunda-feira, atingindo a cotação mais baixa em relação ao dólar em seis anos.

A Bolsa de Valores do Cairo, que reabriria nesta segunda-feira, deverá voltar às atividades somente no próximo domingo.

Apesar das duas semanas de protestos nas ruas do Cairo e de outras grandes cidades do país, Hosni Mubarak - no poder desde 1981 - afirmou que não renunciará, mas prometeu não concorrer à reeleição. Seu atual mandato vence em setembro.

Mubarak já responsabilizou a Irmandade Muçulmana, mantido por ele na ilegalidade, pela organização das manifestações e afirma que se ele deixar o cargo, o grupo vai se aproveitar do caos político que se instalara.

A entidade de direitos humanos Human Rights Watch afirma que o serviço de Saúde controlado pelo governo do Egito vem tentando ocultar o número de mortos nos conflitos registrados no país desde o último dia 25 de janeiro, quando manifestantes contrários ao presidente Hosni Mubarak foram às ruas exigindo a sua saída do poder.

De acordo com a entidade, um total de 297 pessoas já morreram nos choques, mas os órgãos de Saúde estatais não divulgaram uma cifra oficial abrangente de mortos.

A Human Rights Watch diz ter obtido essa cifra por meio de várias visitas realizadas a sete hospitais nas cidades de Cairo, Alexandria e Suez.

Segundo Heba Morayef, a pesquisadora da entidade respónsável pelo Cairo, o número de mortos deve aumentar.

A Human Rights Watch afirma que muitos das pessoas que morreram foram vítimas de ações da polícia para conter os conflitos, como disparar contra a multidão ou fazer uso de balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio à queima roupa.

Maged Boutros, um integrante do partido político no poder do Egito, o Partido Nacional Democrático (PND), disse em entrevista à BBC que ''o uso de força pela polícia é rejeitado e condenável por qualquer partido, inclusive pelo PND". "Investigações estão sendo realizadas pelo Ministério do Interior egípcio, para saber as razões que levaram à essa violência'', disse.

De acordo com Boutros, no primeiro dia de protestos, o dia 25, ''a polícia realmente protegeu os manifestantes". "Mas quando a violência eclodiu, quando edifícios e estações de polícia começaram a ser queimadas, quando saques e assassinatos começaram a ocorrer, a polícia teve de proteger, de certa forma, a si mesma contra vândalos'', disse.

Decreto

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anunciou nesta terça-feira, na TV estatal egípcia, que o presidente do país, Hosni Mubarak, assinou um decreto pedindo a formação de uma comissão que irá supervisionar a introdução de emendas à Constituição do país.

De acordo com Suleiman, Mubarak também incumbiu o primeiro-ministro do país de criar um comitê que responderia pela implementação dos acordos entre os participantes do chamado ''diálogo nacional'' - as conversações firmadas entre integrantes do governo e membros da oposição.

No domingo, Suleiman, recentemente indicado para o cargo de vice, se encontrou com grupos oposicionistas, entre eles a poderosa Irmandade Muçulmana, para discutir a adoção de possíveis reformas.

O governo ofereceu uma série de concessões durante as negociações no último domingo, mas a oposição diz que elas não foram suficientes.

Mubarak teria ainda pedido a criação de um terceiro comitê para investigar os atos de violência que aconteceram na última quarta-feira, quando manifestantes contrários ao governo e partidários do regime se enfrentaram na região central do Cairo, na praça Tahrir.

Na segunda-feira, o novo gabinete de governo do Egito - reformulado em 31 de janeiro, depois da saída de diversos ministros - se reuniu pela primeira vez após duas semanas de protestos populares contra o governo Mubarak.

Na reunião, os ministros discutiram medidas para estabilizar a economia do país, que sofre o impacto da crise política.

Segundo os meios de comunicação estatais, o governo anunciou um aumento de 15% nos salários e pensões dos servidores públicos a partir de abril.

No entanto, a libra egípcia, que já havia se desvalorizado 17% desde o início dos protestos, caiu mais 1,5% na abertura dos negócios nesta segunda-feira, atingindo a cotação mais baixa em relação ao dólar em seis anos.

A Bolsa de Valores do Cairo, que reabriria nesta segunda-feira, deverá voltar às atividades somente no próximo domingo.

Apesar das duas semanas de protestos nas ruas do Cairo e de outras grandes cidades do país, Hosni Mubarak - no poder desde 1981 - afirmou que não renunciará, mas prometeu não concorrer à reeleição. Seu atual mandato vence em setembro.

Mubarak já responsabilizou a Irmandade Muçulmana, mantido por ele na ilegalidade, pela organização das manifestações e afirma que se ele deixar o cargo, o grupo vai se aproveitar do caos político que se instalará.    

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