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Em busca de apoio, Chávez discute crise com colegas da Unasul

Em busca de apoio, Chávez discute crise com colegas da Unasul

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, telefonou para vários líderes da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) em busca de apoio à sua decisão de romper relações com a Colômbia, depois que essa denunciou a presença de guerrilheiros colombianos em seu país. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, visita o país no próximo dia 6, quando deve conversar diretamente com Chávez sobre a crise.

O Brasil articula como retirar a discussão do rompimento da OEA (Organização dos Estados Americanos) e trazer para a Unasul, órgão do qual os Estados Unidos não são membros. A ideia, afirma reportagem da Folha de S. Paulo , é evitar que a participação americana desequilibre as negociações para pró-Colômbia e anti-Venezuela.

Lula telefonou horas depois para Chávez, propondo a troca. Após a conversa, Chávez anunciou que pediu ao Equador (que ocupa a Presidência da Unasul) uma reunião de emergência.

Ontem mesmo, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que a Unasul deve fazer em breve uma reunião para discutir a crise Colômbia-Venezuela.

Segundo comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelano, Chávez informou os outros países de sua decisão e trocou impressões sobre a "violenta agressão da qual a Venezuela foi vítima por parte do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe".

A lista inclui o brasileiro Lula, a argentina Cristina Fernández Kirchner e o secretário-geral da Unasul, Néstor Kirchner.

Os países, ainda segundo o ministério, ratificaram seu compromisso com a paz e a unidade da região e "coincidiram em empreender um esforço conjunto [...] para que cessem os ataques que colocam em risco o bem estar e a tranquilidade dos povos do continente".

SANTOS

O Brasil acha melhor convocar a Unasul após a posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, no próximo dia 7. Apesar de ser sucessor do popular Uribe, Santos adotou um discurso de aproximação com Caracas e, diante da crise, disse que manteria o silêncio como "sua melhor contribuição".

Para o embaixador brasileiro na Colômbia, Valdemar Carneiro Leão, a troca "cria um clima mais propício". Os embaixadores da região que servem em Caracas e Bogotá já trocam telefonemas para garantir a reunião.

Nesta quinta, Chávez disse esperar que o novo presidente colombiano não esteja envolvido na atual rixa entre os dois países. "Espero que tome algumas medidas racionais no assunto porque acredito que já uma loucura desatada no palácio de Nariño".

Durante a campanha eleitoral colombiana, Chávez chegou a alertar que a vitória do ex-ministro de Defesa e sucessor de Uribe podia gerar uma guerra e que seria extremamente difícil restabelecer as relações bilaterais sob seu governo.

Santos, contudo, adotou um discurso de reaproximação e diálogo e chegou a minimizar as acusações de Uribe sobre os vínculos entre Chávez e as Farc. O venezuelano mudou de tom e disse que espera retomar as conversações com o país vizinho depois da posse de Santos. Ele afirmou que não irá na posse por questões de segurança.

COMBATE

Mais cedo, o embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, reconheceu que há guerrilheiros colombianos no país, mas negou apoio aos rebeldes e afirmou que as Forças Armadas venezuelanas não apenas combatem a guerrilha, como já entregaram membros capturados à Colômbia.

Ele explicou ainda que o país não vai permitir investigações em seu território, porque já houve duas iniciativas semelhantes no passado --em uma não encontraram nada e na outra não completaram a busca porque o acampamento estava em território colombiano.

"Quando há iniciativas que nós consideramos de má fé e que buscam favorecer os Estados Unidos, nós não entramos no jogo", disse o diplomata, voltando a acusar o governo Alvaro Uribe de se submeter a vontade de Washington.

O ministro da Defesa, general Carlos Mata, também assegurou que os esforços dos militares venezuelanos "têm sido enormes" para combater o narcotráfico e a presença de rebeldes em seu território e que é responsabilidade da "oligarquia colombiana" se "existe sangue" na história destes países vizinhos.

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