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Esforços por reforma migratória nos EUA preocupam base republicana

Esforços por reforma migratória nos EUA preocupam base republicana

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:08

AP

Partido opositor avalia se apoio à concessão de cidadania a 11 milhões de ilegais renderá votos nas urnas ou apenas alienará base mais conservadora anti-imigração

Os republicanos no Congresso dos EUA estão avançando em direção a um acordo sobre a imigração, mas será que perderão parte de sua base como resultado disso?

Desde a eleição do ano passado, muitos conservadores distanciaram-se da ideia de que os 11 milhões de imigrantes ilegais do país deveriam ser expulsos e, em vez disso, vêm sinalizando uma nova abertura para permitir que eles eventualmente se tornem cidadãos americanos.

Mudanças demográficas e resultados eleitorais estão distanciando os líderes republicanos de muitos dos eleitores conservadores do partido, muitos deles brancos e de regiões mais rurais.

Em 2007, uma movimentação popular levou os republicanos a rejeitar a lei de imigração do então presidente George W. Bush (2001-2009) porque ela incluía um processo pelo qual imigrantes ilegais que não tivessem cometido nenhuma infração legal poderiam eventualmente se tornar cidadãos. Ativistas ridicularizaram a disposição como sendo uma \"anistia\".

Depois que grupos conservadores do movimento Tea Party derrubaram vários republicanos nas primárias perante os mais diversos temas, incluindo o da imigração, a retórica do partido e suas propostas se tornaram cada vez mais rígidas.

Isso mudou desde a derrota do Partido Republicano perante o presidente Barack Obama, que conquistou seu segundo mandato. O então candidato a presidência Mitt Romney recebeu pouco apoio dos eleitores nos dois grupos minoritários que mais estão crescendo: 27% dos votos de eleitores hispânicos e uma parcela ainda menor dos asiáticos, de acordo com pesquisas de boca de urna. Em contraste, George W. Bush ganhou estimados 44% do voto hispânico em sua reeleição de 2004.

Republicanos proeminentes, do comentarista de televisão Sean Hannity ao ex-vice-candidato presidencial Paul Ryan, hoje apoiam a legalização do status de alguns imigrantes ilegais. O esboço de um projeto de lei para fazer exatamente isso foi revelado em 28 de janeiro por um grupo de oito senadores, quatro de cada partido, e Obama reiterou seu apoio a uma reforma semelhante no dia 29.

Mesmo na Câmara controlada pelos republicanos, membros dos dois partidos estão em fase de conclusão de uma ampla legislação que inclui uma maneira de legalizar o status de imigração de pessoas que moram no país sem autorização.

Ainda não está claro qual lei de imigração poderia tramitar no Congresso, ou mesmo se alguma tramitará. Ainda assim, a mudança de tom demonstra para aqueles que favorecem mais restrições à imigração que partes do Partido Republicano estão prontas para serem flexíveis. Isso seria uma mudança perigosa, alertaram, argumentando que os hispânicos apoiam fortemente a reforma de assistência à saúde de Obama e outras iniciativas democráticas e que é pouco provável que eventualmente apoiarão os republicanos em números significativos.

Eles também advertiram que o partido desperdiçará um recurso valioso ao alienar sua base. Outros republicanos descartaram essa preocupação. \"Aonde mais eles poderiam ir?\" perguntou Sig Rogich, um republicano veterano baseado em Las Vegas que tem pressionado por um Partido Republicano mais amigável aos imigrantes. \"Eles superarão isso.\"

Ativistas da restrição da imigração - que não gostam de serem chamados de \"anti-imigrantes\" ou de \"rígidos\" - não têm o peso de uma organização sindical, empresarial ou religiosa, seus principais adversários nesta questão. No entanto, durante anos foram capazes de bloquear uma reforma da imigração que incluía algum tipo de legalização do status de imigrantes ilegais.

Mas pesquisas mostraram que a opinião pública pode ter se voltado contra eles. Uma pesquisa AP-GfK realizada em janeiro mostrou que 62% dos americanos - e 53% dos republicanos – apoiam uma maneira para que imigrantes ilegais obtenham a cidadania americana.

"A economia está péssima, as pessoas estão passando por dificuldades e sofrendo. É difícil sair e fazer o que fazíamos no mesmo nível de antigamente\", disse Michelle Dallacroce, um ativista baseada no Arizona que teve de fechar o site de seu grupo, Mães Contra a Anistia Ilegal, pois já não pode contar com doações. \"Estamos perdendo. Não temos mais voz.\"

Outros estão menos preocupados. Rosemary Jenks, diretora de relações governamentais para o Numbers USA, um grupo que favorece as restrições mais rígidas à imigração, disse que a mesma rebelião popular que fez com que o Congresso rejeitasse a proposta de Bush de imigração também bloqueará a de Obama, independentemente das tendências demográficas ou dos resultados eleitorais de novembro. Ela observou que alguns democratas também se opõem a um grande projeto de lei.

Michael Long, um oficial da Força Aérea em Colorado Springs, Denver, que monitora ativamente o debate sobre a imigração, é contra o Partido Republicano fazer um acordo. Sua antipatia pela ideia é equilibrada por sua compreensão das realidades políticas e seu respeito pelo senador republicano latino Marco Rubio, da Flórida, um homem-chave no acordo bipartidário e potencial candidato presidencial em 2016. \"A última eleição assustou os eleitores republicanos, e os números não diminuirão para o voto latino\", disse Long, 50.


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