MENU

Mundo

Especialistas explicam o que está acontecendo com o nosso planeta

Especialistas explicam o que está acontecendo com o nosso planeta

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

O ano de 2010 é o ano da fúria! Em apenas dois meses o planeta foi castigado por uma sucessão de catástrofes pavorosas: terremotos, ondas gigantes e enchentes. O Fantástico procurou cientistas para saber: existe alguma ligação entre tantos desastres?

Terremotos, enchentes, icebergs à deriva, nevascas, tornados, ondas gigantes. Afinal, o que está acontecendo com o nosso planeta? Conversamos com cientistas para esclarecer as dúvidas.

Para não fazer confusão: o Brasil não vai ser devastado por um terremoto como o do Haiti. E os tremores não têm nada a ver com o clima ou com o aquecimento global.

"Os terremotos são causados por forças que vêm do interior da terra. São consequência do calor que vem de dentro da terra, e esse calor sobe até a superfície e faz a superfície da terra se movimentar", explica o geofísico Marcelo Assumpção, do IAG da Universidade de São Paulo.

A Terra treme de 12 a 14 mil vezes por ano. São 40 tremores por dia. Mais de um tremor por hora. Essa é uma média que tem se mantido constante nas últimas décadas. Portanto, não um aumento significativo no número de tremores.

O que aumentou foi a rede de monitoramento. Em 1930, existiam 350 sismógrafos, aparelhos capazes de detectar os tremores. Hoje, são mais de quatro mil espalhados pelo planeta.

A maioria dos tremores é imperceptível para nós ou acontece longe de áreas habitadas. Mesmo assim, hoje há muito mais informação e imagens.

E os terremotos assustam, porque são, em disparado, a catástrofe que mais mata. Na última década, o número de vítimas passou de 400 mil. "Cada vez que ocorre um terremoto, o número de vítimas em potencial é maior, porque a população está aumentando", aponta Marcelo Assumpção. "Então, tem cada vez mais gente ocupando área de risco", afirma o geólogo Renato Eugênio de Lima, da UFPR.

E as recentes inundações em São Paulo, no Peru e na Ilha da Madeira? São culpa do aquecimento global? Alguns cientistas acreditam que exista uma relação, mas ainda não dá para garantir.

"Estatisticamente, não é possível afirmar de maneira categórica que esses eventos são causados pelas mudanças climáticas globais", afirma o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo.

Pode ser apenas uma variação natural do clima. "Uns anos, chove mais. Outros anos, chove menos. Isso faz parte do sistema caótico que governa o clima no nosso planeta. É que as pessoas têm memória curta", justifica o físico.

A repórter Mariana Ferrão mostra para um motoboy um jornal com a seguinte manchete: "São Paulo submersa". Ela pergunta se ele sabe de quando é a edição. Ele diz que o jornal é do mês passado. Mas repórter revela: a edição é do dia 26 de maio de 2005.

Mas, ao contrário dos terremotos, as catástrofes do clima podem, sim, no futuro, ficar mais frequentes por causa do aquecimento global.

"Acontece que o homem está dando a sua mãozinha, por exemplo, quando troca uma floresta de Mata Atlântica por plantações, quando urbaniza uma área enorme como São Paulo. Assim, você intensifica essas transformações", explica o físico Paulo Artaxo, da USP.

Será, então, que o planeta Terra tornou-se um lugar mais perigoso para se viver? "A lenda 2012 é só nos filmes", diz Marcelo Assumpção.

Mas uma coisa é certa: tremores como o do Chile ou o de Taiwan, esta semana, vão continuar tão perigosos quanto imprevisíveis. "Não há perspectiva de que os terremotos possam ser previstos nos próximos dez anos, por exemplo", aponta Marcelo Assumpção.

Os terremotos começaram muito antes do surgimento do homem e vão durar mais do que a nossa espécie. "No dia em que a terra se acalmar totalmente, acho que a humanidade já deve estar morando em outros planetas, porque a Terra vai estar inabitável", declara o geofísico da USP.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições