O Exército do Egito foi instruído a ajudar jornalistas estrangeiros e a protegê-los contra grupos à paisana que vêm atacando e espancando repórteres à medida que a situação nas ruas da capital vai ficando caótica, disse o gabinete egípcio nesta sexta-feira (4).
Os EUA condenaram na quinta-feira a 'campanha organizada' para intimidar repórteres estrangeiros que estão cobrindo os protestos contra o presidente Hosni Mubarak e disseram que o Egito não deve colocar jornalistas em sua mira. O Brasil e o Reino Unido, entre outros, também criticaram a intimidação de jornalistas.
'Conversei com o primeiro-ministro sobre os problemas enfrentados por jornalistas. Ele ficou muito perturbado. Ele entrou em contato com as Forças Armadas e as instruiu a/ facilitar o trabalho da mídia estrangeira e impedir qualquer interferência com o trabalho dela', disse à Reuters o porta-voz do gabinete, Magdy Rady.
'O Exército vai ajudar vocês em áreas onde vocês têm contato com pessoas', ele acrescentou, aludindo a grupos à paisana que vêm percorrendo as ruas e, em muitos casos, agredindo jornalistas.
Dois jornalistas brasileiros foram detidos e vendados no Egito , onde outros correspondentes estrangeiros também sofreram ataques durante os violentos confrontos entre simpatizantes de Mubarak e manifestantes que exigem sua saída do poder.
Em comunicado na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que o governo 'protesta' contra a detenção dos jornalistas e 'manifesta a expectativa de que as autoridades egípcias tomem medidas para garantir as liberdades civis e a integridade física da população e dos estrangeiros presentes no país'.
O Itamaraty acrescentou que a embaixada do Brasil no Cairo continuará prestando assistência a turistas e residentes brasileiros no país.
Outros jornalistas estrangeiros e egípcios foram vítimas de violência e funcionários de entidades de direitos humanos foram detidos no Egito, que vive o décimo dia de protestos contra Mubarak, no poder há 30 anos.
Os confrontos ganharam força nos últimos dias, quando ocorreram brigas entre simpatizantes armados do governo e manifestantes, e diversos países relataram episódios de violência envolvendo profissionais da imprensa.
Quatro jornalistas israelenses foram presos no Cairo por violar o toque de recolher; um belga foi agredido e detido; um profissional da rede norte-americana CNN e sua equipe foram atacados por simpatizantes de Mubarak durante os protestos, entre outros incidentes com funcionários de veículos como Reuters, ABC, Associated Press, BBC e Al-Jazeera.
Um repórter grego foi ainda esfaqueado por partidários do presidente e um fotógrafo que estava com ele foi espancado, de acordo com uma testemunha da Reuters.
O Comitê para a Proteção de Jornalistas, com sede em Nova York, classificou os ataques de 'censura'.
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