O Exército egípcio pediu nesta quarta-feira que os manifestantes que vêm protestando contra os governo nos últimos nove dias deixem as ruas e voltem para suas casas.
"Sua mensagem foi transmitida, suas exigências se tornaram conhecidas...Vocês são capazes de trazer vida normal ao Egito", disse um porta-voz em um pronunciamento transmitido pela televisão estatal.
O pedido do Exército - visto amplamente como árbitro na crise - surge um dia depois de um discurso transmitido pela TV, em que o presidente Hosni Mubarak prometeu não concorrer à reeleição em setembro.
O anúncio de que Mubarak permaneceria no poder até o fim de seu mandato não foi bem recebido por líderes oposicionistas e por manifestantes, que prometeram continuar nas ruas até que o presidente renuncie.
Também nesta quarta-feira, o governo egípcio atenuou o toque de recolher, que agora vai vigorar entre 17h e 7h, em vez de entre 15h e 8h.
O acesso à internet, que havia sido cortado no país em 28 de janeiro, também estaria voltando ao normal no país.
Discurso
Praça no Cairo é onde a maioria dos manifestantes se concentra
Em seu pronunciamento em rede nacional na terça-feira, Mubarak - que está no poder há 30 anos - prometeu não concorrer à reeleição em setembro, enquanto centenas de milhares de manifestantes tomavam as ruas em todo o país, no maior protesto desde o início do movimento.
"Não pretendo concorrer a outro mandato presidencial", disse Mubarak, ressaltando que não deixará o poder imediatamente, como exigem as lideranças dos manifestantes.
"O Hosni Mubarak que fala a vocês se orgulha do que conquistou nos anos em que serviu o Egito e seu povo", afirmou ele.
"Este é meu país. Onde vivi, lutei e defendi sua terra, soberania e interesses e morrerei aqui", completou.
Mubarak condenou os protestos e disse que sua maior prioridade agora é garantir a paz e a estabilidade do país para permitir a transferência do poder.
Mudanças
Mubarak falou horas após o encontro com o enviado americano
No pronunciamento, Mubarak disse que pedirá ao Parlamento que mude a legislação que estabelece as duras condições para que os candidatos concorram ao pleito.
As leis atuais impediriam que Mohamed ElBaradei, Nobel da Paz e apontado como um dos líderes dos protestos, concorresse.
Mubarak também sinalizou que pedirá ao Parlamento para que avalie as denúncias de fraude eleitoral nas eleições parlamentares de novembro e dezembro.
O pronunciamento ocorreu horas após o encontro de Mubarak com o enviado americano ao Cairo Frank Wisner que teria enviado a recomendação de Barack Obama para que o presidente egípcio prepare uma "transição ordenada" do poder.
A ONU estimou que até 300 pessoas teriam morrido até agora nos distúrbios antigoverno.
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