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Farc planejavam envenenar Uribe, diz Colômbia

Farc planejavam envenenar Uribe, diz Colômbia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:10

O governo da Colômbia afirmou nesta quarta-feira, 13, que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) tentaram infiltrar guerrilheiros no governo do então presidente Álvaro Uribe para tentar envenená-lo.  

De acordo com o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, a informação foi encontrada no computador que supostamente pertencia ao líder guerrilheiro Jorge Briceño (também conhecido como Mono Jojoy), morto no mês passado durante um bombardeio do Exército colombiano contra um acampamento da guerrilha.

"Posso confirmar que uma das modalidades buscadas para atentar contra a vida do ex-presidente foi a do envenenamento, tentando infiltrar seu círculo (de colaboradores) mais próximo para tentar produzir sua morte por meio do veneno", afirmou Rivera em entrevista coletiva em Bogotá.

De acordo com Rivera, o serviço de inteligência das Forças Armadas diz que pelo menos três guerrilheiros tentaram se infiltrar entre os funcionários do então presidente para envenenar sua comida. "Esse objetivo criminoso aparece em múltiplas comunicações", disse Rivera.

De acordo o ministro da Defesa, por enquanto foram desbloqueadas apenas 10% das informações contidas no computador e nas memórias que supostamente eram de Mono Jojoy. Entre elas, aparecem comentários sobre um fracassado atentado contra o então senador Germán Vargas Lleras, atual ministro de Interior do governo de Juan Manuel Santos.

Investigação

A informação sobre a suposta tentativa de envenenamento de Uribe foi anunciada horas depois de o Congresso colombiano ter divulgado que investigará o ex-presidente sobre sua possível responsabilidade no escândalo de espionagem que ficou conhecido como "chuzadas".

Entre 2008 e 2010, agentes do DAS (sigla do Departamento Administrativo de Segurança, a agência de inteligência colombiana) grampearam ligações de membros da Corte Suprema que investigavam casos de envolvimento de políticos com paramilitares, de membros da oposição ao governo e de jornalistas.

Caso a Câmara de Representantes determine que houve responsabilidade de Uribe, o processo passará ao Senado, que decidirá se o ex-presidente será absolvido ou levado à prisão. A Comissão encarregada do julgamento, no entanto, é composta por uma maioria de deputados da base governista, razão pela qual dificilmente Uribe será condenado.

Na semana passada, o ex-secretário-geral da Presidência Bernardo Moreno foi inabilitado por 18 anos para exercer qualquer cargo público por determinação da Procuradoria Geral, por participação no escândalo dos grampos. Outros sete funcionários do governo Uribe, incluindo três agentes dos DAS, também foram inabilitados pela Procuradoria.

O ex-presidente, que nega ter ordenado as "chuzadas" contra seus adversários políticos, goza de imunidade que o protege de ser investigado pela Justiça. Somente a Comissão de Acusações da Câmara de Representantes pode julgar presidentes e ex-presidentes.

As "chuzadas" e o escândalo das execuções extrajudiciais sacudiram o governo Uribe em seus dois últimos anos de mandato. Este último, conhecido como "falsos positivos", se trata do assassinato de jovens inocentes de baixa renda do campo e da cidade, que foram executados e em seguida vestidos como guerrilheiros com o objetivo de aumentar as estatísticas do Exército no combate aos grupos armados.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, era ministro da Defesa quando esse escândalo veio à tona. Nenhum alto funcionário, por enquanto, foi investigado ou punido por esses assassinatos, que, de acordo com organizações de direitos humanos, podem superar 2 mil execuções extrajudiciais.    

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