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'Foi horrível. Só queria ir atrás de minha filha', diz brasileira

'Foi horrível. Só queria ir atrás de minha filha', diz brasileira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:52

A dona de casa Kelly Taia, de 27 anos, tenta há 9 horas saber notícias do marido, Carlos Taia, que está na cidade de Ibaraki, na costa nordeste do Japão, atingida pelo terremoto de 8,9 graus de magnitude que deixou dezenas de mortos. Ela conseguiu um breve contato com ele. “A bateria do notebook dele acabou e desde então não tenho mais notícias do meu marido. Quero voltar para o Brasil.”

Kelly, que mora no Japão há 7 anos, e já passou por outros dois terremotos, contou à reportagem do iG que seu marido trabalha como soldador em uma empresa a 700 quilômetros de distância da cidade de Tsu, onde vive com as filhas Akemi, de 8 anos, e Kamilly, de 1 ano e nove meses.

No momento do tremor, Kelly estava em casa almoçando com Kamilly e esperando Akemi voltar do colégio. “Foi horrível! Tudo começou a balançar e eu não sabia o que fazer. Estava sozinha em casa com minha filha e fomos para debaixo da mesa. Minha filhinha perguntava toda hora o que era aquilo – ela está aprendendo a falar- e eu não conseguia explicar. Só queria que parasse logo e eu pudesse ir atrás da Akemi.”

Kelly conta que sentiu o terremoto por cerca de um minuto, mas acredita que possa ter sido maior. “Minha principal preocupação naquele momento era proteger o meu bebê e ir atrás da outra que estava sozinha na rua. Eu ainda não tinha noção da situação do meu marido. Quando percebi que os tremores estavam menores, saí debaixo da mesa e liguei a televisão. Foi quando minhas pernas tremeram. Meu marido estava do lado do epicentro.”

Naquele momento, Kelly diz que o desespero era em dobro. “Saí correndo pela casa arrumando as coisas para ir procurar minha filha na rua e tentei ligar milhares de vezes, sem sucesso, para meu marido. Não sabia o que fazer. Fui correndo para o meio da rua e graças a Deus consegui achar a Akemi, que estava completamente abalada e morrendo de medo.”

Enquanto esperava conseguir algum contato com Carlos, e acompanhando as notícias pela internet, Kelly conta que foi surpreendida quando seu marido entrou online no MSN. “Ele me disse que estava bem, mas que não conseguia sair da cidade. Eles estão isolados, às escuras. Os postos de combustível estão todos fechados, a cidade está sem água, telefone e gás.”    

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