As forças aliadas destruíram a Força Aérea da Libia e estão voando "impunemente" sobre o espaço aéreo líbio, atacando tropas em solo onde quer que elas estejam ameaçando populações civis, disse nesta quarta-feira (23) o vice-marechal-do-ar britânico Greg Bagwell.
"Estamos aplicando pressão sustentada e ininterrupta sobre as forças aéreas líbias", disse ele.
"Efetivamente, a força aérea deles não existe mais como força de combate, e seu sistema de defesa aérea integrada e as redes de comando e de controle estão tão destruídas ao ponto que podemos operar quase impunemente sobre a Líbia." Ele afirmou que espera "algumas mudanças" na estrutura de comando das tropas aliadas, mas disse que as operações iriam continuar de modo semelhante.
Uma coalizão chefiada por EUA, Reino Unido e França bombardeia desde sábado as forças leais a Kadhafi na Libia, dois dias depois de terem recebido o sinal verde do Conselho de Segurança da ONU. O objetivo é impedir que Kadhafi ameace civis, ao reprimir a rebelião que tenta tirá-lo do poder desde 15 de fevereiro.
Os combates entre as forças armadas líbias e os rebeldes sediados em Benghazi provocaram milhares de mortes, jogaram o país em uma guerra civis e causaram uma crise humanitária, segundo a ONU.
Tropas recuam
Segundo o canal CNN e testemunham, a aviação da coalizão internacional bombardeou durante a madrugada posições das tropas de Kadhafi próximo a Misrata, 200 km ao leste de Trípoli, o que provocou o recuo das tropas de Kadhafi. De acordo com fontes médicas, os ataques das forças leais a Kadhafi mataram 17 pessoas, incluindo cinco crianças, na terça-feira em Misrata.
O balanço anterior da rebelião, divulgado na terça-feira, registrava cinco mortos, incluindo quatro crianças. A União Europeia (UE) alcançou nesta quarta-feira um acordo para impor sanções ao principal grupo estatal de petróleo na Líbia , a National Oil Company (NOC), informaram fontes diplomáticas.
Com esta medida os países europeus pretendem aumentar a pressão sobre uma fonte importante de recursos do regime de Kadhafie "adaptar as sanções da UE contra a Líbia às decididas pela ONU", segundo as fontes.
O Conselho de Segurança da ONU decidiu na semana passada autorizar o uso da força e uma série de medidas econômicas contra as autoridades líbias, incluindo o bloqueio de ativos de todas as empresas estatais.
O Departamento do Tesouro americano anunciou na terça-feira sanções a 14 empresas que identificou como filiais da NOC.
A NOC é uma peça central do aparato petroleiro do Estado líbio e controla uma rede de empresas que se dedicam à exploração, produção e venda de petróleo, segundo o Tesouro americano.
A UE também prevê sanções às filiais da NOC, depois da decisão tomada contra a matriz, que deve ser formalmente aprovada pelos governos europeus para entrar em vigor.
De acordo com o ministro francês das Relações Exteriores, a Otan não terá um papel de "liderança política" da coalizão internacional na Líbia, e funcionará como uma "ferramenta de planejamento" na implantação da zona de exclusão aérea sobre o país.
"A Otan intervirá como ferramenta de planejamento e condução operacional" na aplicação da zona de exclusão aérea prevista pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, declarou o ministro.
A Aliança Atlântica "não exercerá liderança política" da coalizão, que ficará a cargo de um comitê compostos pelos ministros das Relações Exteriores dos Estados que participam da intervenção militar na Líbia e da Liga Árabe, indicou o chefe da diplomacia francesa.
Também nesta quarta-feira, a Turquia ofereceu emprestar à Otan um submarino e cinco navios para realizar o controle, no Mar Mediterrâneo, do embargo de armas decretado pela ONU contra o regime líbio. Kuwait e Jordânia contribuirão com apoio logístico às operações da coalizão internacional na Líbia, anunciou o primeiro-ministro britânico David Cameron.
A primeira reunião do grupo de contato para a Líbia (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e os países que participam nas operações contra as forças de Kadhafi) acontecerá na terça-feira em Londres.
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